Bombardeando exército sírio, EUA poderão despoletar Terceira Guerra Mundial

CC BY 2.0 / The U.S. Army / Equipment checkPentágono envia militares das Forças Especiais para combater o Estado Islâmico na Síria
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Depois de o governo dos EUA suspender a cooperação com a Rússia na Síria no início desta semana, a questão de uma ação militar da Casa Branca contra Damasco é cada vez mais uma realidade.

Kevork Almassian, jornalista e analista político sírio, disse na emissão da Rádio Sputnik Internacional que a declaração dos EUA sobre suspensão da cooperação com a Rússia é "enganosa", visto que não havia uma verdadeira cooperação, tendo as partes abordagens diferentes para acabar com a guerra civil na Síria.

De acordo com Almassian, os americanos provavelmente não estavam interessados em evitar a violência em Aleppo, estão satisfeitos com o status quo e apoiam a Frente al-Nusra, enquanto os russos e os sírios estão determinados a libertar a cidade a qualquer custo.

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"Eu acredito que os americanos foram forçados a acabar com essa cooperação porque eles sentem vergonha na frente de seus aliados, pelo menos no Oriente Médio, eles se envergonham de a sua estratégia não estar funcionando na Síria," disse Almassian durante a emissão.

Diana Johnstone, escritora que também participava do programa, concordou com o Almassian, dizendo que os EUA sempre tiveram o único objetivo de eliminar o governo independente nacionalista árabe da Síria, colocando no poder grupos pró-americanos. Este plano, destaca escritora, falhou, e agora a nova estratégia é "simplesmente destruir a Síria." Manter o estado de guerra é do interesse dos EUA e de seus aliados na região, Israel e Arábia Saudita, disse ela.

"Essas forças se reuniram para destruir o Estado legítimo da Síria, é isso que está em causa acima de tudo," disse Jonhstone à Rádio Sputnik Internacional.

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A decisão por parte da administração Obama de começar uma campanha direta de bombardeios contra o exército sírio é uma consequência de os EUA terem perdido a guerra por procuração na Síria, de acordo com Almassian. O presidente dos EUA, no entanto, provavelmente não tomará medidas tão drásticas, especialmente quando se dá conta que exército sírio apoiado pela Rússia tem vindo a ganhar mais poder.

"Tudo isso são apenas palavras ", considera Almassian. "Se os americanos bombardearem a Síria, acho que teremos uma nova Guerra Mundial. Quer dizer, isso não é um exagero", alertou, explicando que uma intervenção direta poderia resultar em consequências dramáticas.

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Diana Johnstone, por sua parte não foi tão otimista: "Os Estados Unidos já atacaram soldados sírios matando mais de 60 e deixando mais de cem feridos, dizendo que se tratou de um 'engano'", disse ela. "Os EUA não querem enviar tropas terrestres, os Estados Unidos querem destruir o resto do mundo a partir de uma distância segura", concluiu escritora.

Se os EUA levarem a cabo bombardeios há alta possibilidade de uma maior conflagração, com os russos contra os americanos, de um lado, e os sauditas contra o Irã, por outro, disse Kevork Almassian.

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