Opinião: partido turco apoia Frente al-Nusra, mas não deveria

© Foto / DHALíder do partido turco CHP Kemal Kılıçdaroğlu
Líder do partido turco CHP Kemal Kılıçdaroğlu - Sputnik Brasil
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Segundo o líder de partido oposicionista da Turquia, seu país deve contribuir para resolução do conflito e não apoiar na Síria o grupo Frente al-Nusra (proibido na Rússia).

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O dirigente do maior partido oposicionista da Turquia, o Partido Popular Republicano (CHP em turco), Kemal Kilicdaroglu fez uma série de declarações importantes durante seu encontro com jornalistas estrangeiros em Istambul, onde esteve também um representante da Sputnik. 

"A estratégia da política externa da Turquia deve dar uma volta de 180 graus", disse Kiliçdaroglu, acrescentando que há várias alterações na política externa da Turquia, como por exemplo a normalização das relações com a Rússia. O líder do CHP acrescentou também a existência de vários avanços nas relações com o governo russo. 

Entretanto, segundo ele é preciso alterar totalmente o rumo da política externa, estabelecendo relações com o Irã e o Iraque e apresentando à UE garantias de respeito dos princípios democráticos por parte de Ancara. 

Além disso, o líder da oposição acha errada a entrada das tropas turcas em território da Síria no âmbito da operação "Escudo do Eufrates".

"Todos sabemos que o governo turco atual está apoiando os militantes do grupo Frente al-Nusra. Todo o mundo sabe disso. O próprio presidente Erdogan já tinha feito declarações sobre o apoio aos militantes de al-Nusra na luta contra o Daesh. A comunidade internacional sabe agora que a Turquia está enviando armas para a Síria. Os jihadistas da al-Nusra fazem parte do Exército Livre da Síria que, como é sabido, é apoiado pela Turquia", declarou o líder do CHP aos jornalistas.

Kemal Kiliçdaroglu acrescentou que existe uma ameaça de intensificação das posições do islã radical na Turquia. 

"Todos sabem que o Partido da Justiça e Desenvolvimento está, desde o início do mandato, utilizando ativamente a retórica religiosa para alcançar seus objetivos, porém ele está apresentando islã como uma doutrina que se baseia na agressão, confrontação, intenção de vingar. O governo atual faz a Síria a esquecer tais valores da religião muçulmana como o amor, tolerância e respeito pelos valores dos representantes de outras confecções. O Partido da Justiça e Desenvolvimento está impondo sua ideia do islã político, onde se destaca cada vez mais o wahabismo", salientou ele.

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O chefe do CHP sublinhou que acha importante manter o diálogo com o governo central da Síria para regular a situação no país, acrescentando que "se Turquia, Irã, Rússia, EUA e autoridades da Síria estão destacando a necessidade de defender a unidade da Síria, todos eles devem combinar esforços durante as negociações para resolver a crise no país". 

Segundo ele, a Rússia, bem como os EUA, sabem que é impossível alcançar este objetivo isolando Assad do processo das negociações. Agora, é a Turquia que deve perceber isso.

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