"A estratégia da política externa da Turquia deve dar uma volta de 180 graus", disse Kiliçdaroglu, acrescentando que há várias alterações na política externa da Turquia, como por exemplo a normalização das relações com a Rússia. O líder do CHP acrescentou também a existência de vários avanços nas relações com o governo russo.
Entretanto, segundo ele é preciso alterar totalmente o rumo da política externa, estabelecendo relações com o Irã e o Iraque e apresentando à UE garantias de respeito dos princípios democráticos por parte de Ancara.
Além disso, o líder da oposição acha errada a entrada das tropas turcas em território da Síria no âmbito da operação "Escudo do Eufrates".
"Todos sabemos que o governo turco atual está apoiando os militantes do grupo Frente al-Nusra. Todo o mundo sabe disso. O próprio presidente Erdogan já tinha feito declarações sobre o apoio aos militantes de al-Nusra na luta contra o Daesh. A comunidade internacional sabe agora que a Turquia está enviando armas para a Síria. Os jihadistas da al-Nusra fazem parte do Exército Livre da Síria que, como é sabido, é apoiado pela Turquia", declarou o líder do CHP aos jornalistas.
Kemal Kiliçdaroglu acrescentou que existe uma ameaça de intensificação das posições do islã radical na Turquia.
"Todos sabem que o Partido da Justiça e Desenvolvimento está, desde o início do mandato, utilizando ativamente a retórica religiosa para alcançar seus objetivos, porém ele está apresentando islã como uma doutrina que se baseia na agressão, confrontação, intenção de vingar. O governo atual faz a Síria a esquecer tais valores da religião muçulmana como o amor, tolerância e respeito pelos valores dos representantes de outras confecções. O Partido da Justiça e Desenvolvimento está impondo sua ideia do islã político, onde se destaca cada vez mais o wahabismo", salientou ele.
Segundo ele, a Rússia, bem como os EUA, sabem que é impossível alcançar este objetivo isolando Assad do processo das negociações. Agora, é a Turquia que deve perceber isso.