Opinião: Quer haja ou não sucesso do cessar-fogo na Síria, Putin ganha sempre

© Sputnik / Aleksei Druzhinin / Acessar o banco de imagensPresidente russo Vladimir Putin encontra-se com o líder da Síria Bashar Assad em 30 de outubro 2015, em Moscou
Presidente russo Vladimir Putin encontra-se com o líder da Síria Bashar Assad em 30 de outubro 2015, em Moscou - Sputnik Brasil
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O acordo de tréguas celebrado entre os chanceleres John Kerry e Sergei Lavrov na sexta (9) foi uma cedência dos EUA à vontade de Vladimir Putin e ao regime de Assad, comunica o editorial do jornal Washingon Post.

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A última trégua parcial celebrada na Síria está sendo mal cumprida. Segundo o Washington Post, na segunda-feira (12) o exército da Síria bombardeou territórios onde vigora a trégua.

Segundo o artigo, a trégua irá ter sucesso se os políticos russos conseguirem pacificar o presidente sírio que, segundo diz o editorial, prometeu "reestabelecer o pleno controle sobre toda a Síria por meio da força".

​De acordo com o Washington Post, se Putin atingir o que quer, isso vai significar que ele conseguiu "impor aos EUA" a sua vontade política. 

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O acordo atingido na sexta (9) entre EUA e Rússia "promete o sucesso" a Putin. O artigo explica que, apesar das previsões de Obama de que a Rússia iria mergulhar de cabeça na guerra na Síria após a realização da intervenção militar (que é como o artigo descreve as ações da Rússia), como resultado o regime de Assad apoiado pela Rússia está se reforçando, enquanto oposição (apoiada pelos EUA) sofre problemas.  

Além do mais, o artigo aponta que os EUA cederam à Rússia na sua intenção de unificar esforços para definir os grupos que devem ser considerados como terroristas e contra quais se deve combater.

​Como resultado, segundo o artigo, todas estas concessões dos EUA podem significar que Obama desistiu da intenção de liberar a Síria da ditatura de Assad e, em vez disso, os EUA que se tornaram "parceiros subalternos" da Rússia vão começar a prestar ajuda humanitária às cidades que "são obrigadas a escolher: capitular ou sofrer da fome".

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No final o artigo diz que se os acordos forem cumpridos, isso vai salvar muitas vidas, o que é bom. Segundo o editorial, esta cedência pode ser a única alternativa para a administração dos EUA nesta situação. 

Entretanto, o artigo aponta que Putin e Assad já tinham celebrado vários acordos de cessar-fogo que eles próprios tinham "sempre violado", reforçando assim "suas posições estratégicas e expandindo o controle sobre territórios", recebendo cedências e novas propostas dos EUA "em vez de sanções". 

​Por fim, o artigo sublinha que foi a atual administração dos EUA que "permitiu" à Rússia recuperar suas posições no Oriente Médio e atraiçoou o "povo sírio que esperava finalmente se livrar do poder do ditador sangrento".

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