Segundo os serviços especiais, quem ordenou o atendado foram os grupos terroristas uigures ligados à organização terrorista Jabhat al-Nusra (Frente al-Nusra).
O homem-bomba, que arrombou o portão da representação diplomática com carro e ativou o explosivo, era de etnia uigur. Ele foi treinado na Síria e tinha passaporte tajique. O homem-bomba tinha ligações com o grupo terrorista internacional Movimento Islâmico do Turquestão Oriental, que atua em Xinjiang na China, no Afeganistão e nas repúblicas pós-soviéticas da Ásia Central.
O grupo que organizou o atentado era composto por uzbeques e quirguizes ligados à clandestinidade de radicais.
Segundo informações, uma parte dos islamistas que organizou a explosão na embaixada, anteriormente foi à Turquia e à Síria para participar de ações militares do lado de grupos terroristas. Outros estavam no Quirguistão ajudando os radicais a atravessarem a fronteira com passaportes falsos e a prepararem atentado. Cinco deles (todos cidadãos quirguizes) foram presos. De acordo com a investigação, outros três quirguizes suspeitos de financiar o atentado, estão na Turquia.Azhdar Kurtov, do Instituto Russo de Estudos Estratégicos, opina que não é por acaso que a Embaixada da China no Quirguistão foi escolhida como alvo do ataque. Eis o que ele diz:
"No período pós-soviético, no Quirguistão cresceu rapidamente o islamismo. Apareceram milhares de mesquitas…", explica.
Segundo ele, "muitas vezes os órgãos estatais do país destacaram que uma parte das mesquitas chegou a ser controlada por islamistas radicais". Nestas mesquitas "acontecia recrutamento de apoiadores de organizações antigovernamentais", revela o especialista russo.
O atentado contra a Embaixada da China em Bishkek, ocorrido no dia 30 de agosto, e a descoberta de seus organizadores coincidiram com as mudanças no Uzbequistão impulsionadas pela recente morte do presidente Islam Karimov. O falecimento dele causou polêmica entre especialistas, pois a morte poderá resultar em ameaça do islã radical no país. Especialistas entrevistados pela agência Sputnik acham pouco provável tal cenário.
Aleksandr Knyazev, cientista em questões da Ásia Central, tem a seguinte opinião:"Diferentemente do Quirguistão, Uzbequistão foi e continuará sendo país forte. Os recentes eventos não alteram de forma alguma esse paradigma."
Segundo ele, o Uzbequistão possui boa experiência no combate ao radicalismo religioso e "pode servir de exemplo para todo o espaço pós-soviético."
"Acho que as forças políticas, que se mantêm no governo do Uzbequistão, são capazes de resistir a isso da mesma forma que eram quando estava vivo Islam Karimov", conclui.
Ao mesmo tempo, de acordo com Yang Shu, especialista chinês da Universidade de Lanzhou, a situação depende de como vai ocorrer o processo de transição do poder.
O vice-diretor do Instituto dos Países da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), Vladimir Zhakhirin, entrevistado pela Sputnik, sugere que o atendado poderia ser levado a cabo por islamistas uigures. Ele indica que os islamistas tiveram oportunidade de se preparar para esse atentado e tentaram atrair atenção para mostrar que continuam lutando.
Segundo Zhakhirin, "a elite uzbeque chegou a um acordo que Shavkat Mirziyoyev será presidente". Ele não acha que no Uzbequistão vai acontecer algo parecido ao cenário quirguiz e não há perigo sério de desestabilização no país.
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