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Casos de reinfecção por COVID-19 são raros e não devem ser levados como regra, diz virologista

© AP Photo / Jane BarlowExaminação da estrutura genética do vírus em laboratório de testes de coronavírus (imagem de arquivo)
Examinação da estrutura genética do vírus em laboratório de testes de coronavírus (imagem de arquivo) - Sputnik Brasil
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O Ministério da Saúde confirmou na última quinta-feira (10) o primeiro caso de reinfecção pela COVID-19 no Brasil. Apesar do alerta, virologista ouvido pela Sputnik Brasil afirma que casos de reinfecção são isolados.

O caso de reinfecção da médica de 37 anos, que mora em Natal (RN), foi confirmado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) através da metodologia por sequenciamento genético, que identificou infecções por duas linhagens diferentes do coronavírus. Cientistas estão acompanhando o caso para ter mais detalhes sobre como ocorre a segunda infeção.

Nesta quinta-feira (11), a Secretaria de Estado de Saúde de Santa Catarina informou que está investigando outros quatro casos suspeitos de reinfecção pelo coronavírus.

O médico e professor de virologia da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, Maurício Nogueira, disse à Sputnik Brasil que a confirmação de um caso de reinfecção pelo coronavírus não altera as perspectivas de combate à pandemia, considerando que são exemplos raros.

"Esse primeiro caso de reinfecção não causa mudança nenhuma no aspecto epidemiológico. Nós estamos falando de um [caso] comprovado e 50 suspeitos em seis milhões de casos. São fenômenos raros que não devem ser levados como regra. No meu entendimento não altera em nada a questão inicial, a mais importante, que é a interrupção da pandemia", afirmou.

De acordo com o Ministério da Saúde, existem pelo menos 58 casos suspeitos de reinfecção pela COVID-19 sendo investigados. Entre os critérios usados pela Fiocruz para definir uma reinfecção estão o intervalo mínimo de 90 dias entre a primeira e a segunda infecção e resultados positivos do exame PCR.

​Já o virologista Amilcar Tanuri, chefe do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, declarou à Sputnik Brasil que a incidência de casos de reinfecção oferece um obstáculo no combate à pandemia, pois coloca em xeque a duração da imunidade ao coronavírus.

De acordo com ele, os casos de reinfecção podem resultar em uma imunidade mais baixa dos pacientes, mas os sintomas podem ser mais brandos.

"Certamente é um obstáculo porque mostra que a imunidade não é longeva. Os sintomas podem ser mais brandos, mas a imunidade deve estar baixa. Penso que com a evolução da pandemia a reinfecção vai ficar mais frequente", afirmou o especialista.

CC BY 2.0 / NIAID-RML / Novel Coronavirus SARS-CoV-2Imagem de microscópio eletrônico de transmissão mostra SARS-CoV-2, o vírus que causa a COVID-19
Casos de reinfecção por COVID-19 são raros e não devem ser levados como regra, diz virologista - Sputnik Brasil
Imagem de microscópio eletrônico de transmissão mostra SARS-CoV-2, o vírus que causa a COVID-19

O virologista Maurício Nogueira, por sua vez, afirma que ainda não é possível determinar a causa da reinfecção, considerando as particularidades de cada caso identificado até o momento.

"Nós não sabemos ainda o que poderia causar essa reinfecção. Teve um caso bem descrito que na verdade teve reinfecção, mas não teve doença, um segundo caso foi descrito na Europa, a pessoa tinha doença oncológica. Precisa ser analisado caso a caso, e são muito poucos casos que nos permitem realmente saber o que está acontecendo em cada um desses indivíduos", afirmou o especialista.

De acordo com o rastreador elaborado pela agência de notícias holandesa BNO News, contando com caso da brasileira identificado na última quinta-feira (10), foram contabilizados pela comunidade científica apenas 27 casos de reinfecção no mundo inteiro, enquanto o total de infectados pelo coronavírus ultrapassa a marca de 69 milhões de pessoas, segundo os dados da Universidade Johns Hopkins.

"São casos bem raros, casos isolados, e também são consequência de uma testagem muito grande. Talvez esse fenômeno em outras infecções seja mais comum do que a gente realmente perceba. Isso é complicado, mas não altera muito a situação atual", acrescentou o médico Maurício Nogueira.

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