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O governo federal lançou esta semana o Programa Nacional de Genômica e Saúde de Precisão, e a Sputnik Brasil entrevistou a professora Elvira Carvajal (UERJ) para entender que benefícios o projeto pode trazer para a saúde no Brasil.
O programa, batizado de Genomas Brasil, tem como objetivo principal criar um banco de dados nacional com 100 mil genomas completos de brasileiros, e sequenciará os genes de portadores de doenças raras, cardíacas, câncer e infectocontagiosas, como a COVID-19.
A escolha dessas doenças foi determinada pela quantidade de casos no país e pelo alto custo que geram para o Sistema Único de Saúde (SUS).
A especialista Elvira Carvajal, bióloga e professora do Departamento de Biologia Celular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), disse à Sputnik Brasil que a pesquisa genética permitirá que os cientistas entendam as razões que levam algumas pessoas a ficarem doentes após a exposição a determinados organismos, e outras não.
"Um exemplo é a COVID-19, pois nem todo mundo que entra em contato com o vírus apresenta ou desenvolve essa doença. Sabemos que somos geneticamente diferentes, que a resposta de nossos organismos é diferente, assim como as reações provocadas por determinados medicamentos. Sabemos que alguns tratamentos funcionam para algumas pessoas, mas não resolvem nada para outras. Nós, da comunidade científica, acreditamos que algumas dessas respostas podem ser encontradas através do estudo dos genomas", opina a especialista.
Para a professora, a pesquisa no campo da genética tem um impacto muito positivo para a saúde da população. Seus resultados, no entanto, não são imediatos, e devem ser medidos no longo e no médio prazos.
Elvira cita como exemplo a epidemia de Zika, pois, segundo ela, o Brasil conseguiu responder de forma bastante imediata, identificando o genoma do vírus, o que só foi possível porque o país contava com pessoas capacitadas, o que mostra que os investimentos na área da pesquisa genética têm consequências positivas para a atenção à saúde da população.
Ministro da Saúde: o Brasil está atrasado na corrida pelo genoma
No lançamento do programa, ocorrido na última quarta-feira (14), o ministro da Saúde Eduardo Pazuello disse que o Brasil está atrasado na corrida internacional pelo sequenciamento do genoma humano e que o Genomas Brasil deverá estruturar a posição do país no setor.
Segundo Pazuello, o programa está focado em buscar o mapeamento do DNA de 100 mil brasileiros em quatro anos para obter capacidade de realizar uma medicina de precisão, que consiga oferecer o remédio certo, na dose certa, para a pessoa certa.
🧬Durante o lançamento do programa #GenomasBrasil, o ministro Eduardo Pazuello falou sobre a importância do mapeamento genético dos brasileiros. A iniciativa do @minsaude dará suporte para a medicina de precisão no Brasil, fortalecendo o SUS. https://t.co/mlUUehYWIrpic.twitter.com/olLjija6kg
Elvira concorda em parte com o posicionamento do ministro. A pesquisadora considera que realmente estamos atrasados em relação ao conhecimento do genoma da nossa população.
"O Brasil esteve, na década de 2000, bastante avançado, tanto que a comunidade científica do país sequenciou um genoma de uma bactéria que causava doença em laranjais. Depois, essas iniciativas não prosseguiram e o Brasil perdeu terreno para outros países", comenta a pesquisadora.
Para ela, a iniciativa do programa é muito bem-vinda, pois há pessoas capacitadas no país. No entanto, a bióloga acredita que um projeto dessa natureza vai precisar de muito mais gente, não só da parte do sequenciamento, mas também na área de bioinformática, com máquinas e processadores potentes para fazer análises com um grande número de dados.
A especialista reitera que os efeitos da pesquisa sobre a pratica médica atual não são imediatos, e que não está claro se o valor de R$ 75 milhões destinado ao projeto, que terá duração de quatro anos, será disponibilizado por ano ou para sua totalidade.
"O valor de R$ 75 milhões para todo o projeto seria muito pouco, já que um sequenciamento de genoma custa em torno de R$ 6 mil. Ao multiplicarmos esse custo por 100 mil, chegamos a um montante muito superior ao anunciado, e serão necessários muito mais recursos para levar o projeto adiante" opina a professora da UERJ.
Movimentação nas ruas e comércio nos arredores do Mercado Popular do Saara, no centro do Rio de Janeiro, durante a pandemia da COVID-19, em 10 de julho de 2020.
Diversidade genética
Sobre o enorme banco de dados que o programa pretende criar, a especialista considera que isso permitirá uma melhor compreensão sobre a genética da população brasileira e também será útil para a ciência como um todo, uma vez que se trata de uma sociedade bastante diversa, com a presença de várias etnias.
"Os resultados da pesquisa dos genomas da população brasileira contribuirão muito para o conhecimento científico como um todo, porque o Brasil tem uma população bastante diversificada, então será possível obter respostas a perguntas sobre como cada genoma em particular, ou diferentes genomas, podem responder a uma determinada situação", diz.
Segundo a professora, ao se estudar o genoma de um grande número de indivíduos frente a diferentes condições, é possível adquirir conhecimentos que podem ser essenciais para avanços no diagnóstico, na prevenção e no tratamento de doenças.
"Saber qual é a relação entre o genoma e uma determinada condição de saúde fará com que saibamos quais mecanismos estão envolvidos para o estabelecimento de um determinado estado de saúde", conclui a bióloga.
As opiniões expressas nesta matéria podem não necessariamente coincidir com as da redação da Sputnik
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