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Como o Brasil pode recuperar investimento estrangeiro perdido?

© AP Photo / Mark LennihanDiversas cédulas de dólares norte-americanos (imagem referencial)
Diversas cédulas de dólares norte-americanos (imagem referencial) - Sputnik Brasil
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O Banco Central divulgou na última quarta-feira (23) dados que mostram a queda de 85% dos investimentos estrangeiros no Brasil em agosto, em comparação com o mesmo mês de 2019.

De acordo com um relatório apresentado nesta quinta-feira (24), o Banco Central reduziu de US$ 55 bilhões para US$ 50 bilhões (de R$ 303 bilhões para R$ 275 bilhões) sua estimativa de ingresso de investimentos estrangeiros diretos no país em 2020.

O total de investimentos estrangeiros aplicados no Brasil em agosto somou US$ 1,4 bilhão (aproximadamente R$ 7,7 bilhões), enquanto em agosto do ano passado este número foi de US$ 9,5 bilhões (aproximadamente R$ 52 bilhões).

O economista-chefe do Banco Modalmais, especialista em análises de investimentos, Álvaro Bandeira, em entrevista à Sputnik Brasil, comentou que a pandemia da COVID-19 tem influência na avaliação dos investimentos, mas destacou que "certamente não é a única responsável".

De acordo com ele, para recuperar os investimentos estrangeiros, o Brasil precisa reformas estruturantes importantes, como a reforma tributária e a reforma administrativa.

"[O Brasil] precisa fazer privatizações, dizer como vai lidar, principalmente no ano de 2021, com o teto de gastos, e também o que vai fazer com tamanha dívida, que vai chegar no final do ano de 2020 a cerca de 95% ou até 100% do PIB brasileiro", disse ele.

O economista afirmou que um fator importante para os investidores é "avaliar o quão equilibrada ou não está a economia, se existe segurança jurídica para fazer investimentos de longo prazo" e se existem "marcos regulatórios para diferentes setores".

"Além das reformas, o governo deve abrir a economia para o exterior. O Brasil é uma das economias, dentre as mais importantes, mais fechadas, e certamente prover uma segurança jurídica absolutamente sólida, garantir que não haja bruscas mudanças na condução da política econômica", acrescentou.

Ao comentar as promessas de privatizar grandes multinacionais por parte do ministro da Economia, Paulo Guedes, o especialista afirmou que "houve um recuo estratégico" do governo.

"O governo precisa formar uma base no Congresso para poder aprovar algumas privatizações e também ter o aval do judiciário. Esse me parece o caso. Houve um recuo, um retardo, mas o Brasil não tem outra solução, se não privatizar, encolhendo o tamanho do Estado", completou.

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