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Brasil 'se apequena no plano externo' com Bolsonaro na ONU, avalia analista

© REUTERS / Eduardo MunozA sede da Assembleia Geral da ONU, no bairro de Manhattan, em Nova York
A sede da Assembleia Geral da ONU, no bairro de Manhattan, em Nova York - Sputnik Brasil
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O discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na 75ª edição da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) faz o Brasil encolher na arena internacional e amarra o futuro do país ao destino político do presidente dos Estados Unidos, avalia especialista.

Em pronunciamento gravado, o Brasil voltou a abrir os trabalhos da Assembleia Geral. Com a pandemia de COVID-19, a importante reunião da diplomacia mundial está sendo realizada de maneira remota em 2020. Em sua fala, Bolsonaro defendeu sua gestão da pandemia, alegou a existência de uma suposta campanha de desinformação no campo ambiental, atacou a Venezuela e afagou os Estados Unidos. 

"Olhando retrospectivamente, e não me refiro apenas aos últimos anos, o período de Michel Temer, o período dos governos petistas ou mesmo o governo do presidente FHC, digamos que é um Brasil que se apequena no plano externo", diz à Sputnik Brasil o professor de relações internacionais da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Alexandre Fuccille. "Estamos assistindo a uma das mais tristes páginas da história da política externa brasileira e sem, digamos, qualquer perspectiva de alteração ou reversão no curto prazo."

O analista acredita que o discurso de Bolsonaro foi voltado para o público doméstico, de modo que o país perdeu a chance de participar do debate sobre os grandes temas que atravessam a 75ª edição Assembleia Geral. 

A Venezuela foi alvo de críticas do presidente brasileiro. Bolsonaro voltou a acusar Caracas de envolvimento no derramamento de óleo que atingiu o Nordeste em 2019 e disse que o país é uma "ditadura bolivariana". Fuccille destaca que a acusação foi feita sem provas e que o Brasil é "uma espécie de vassalo dos Estados Unidos" na questão. 

Na semana passada, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, esteve em Boa Vista, Roraima, e pontuou que Washington defende que a Venezuela "tenha uma democracia". A visita foi interpretada por especialista como um esforço de campanha do presidente Donald Trump e foi alvo de críticas do presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ). Seis ex-ministros das Relações Exteriores do Brasil também publicaram carta de apoio a Maia e rechaçaram a visita de Pompeo. 

© AP Photo / Bruno MancinelleSecretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, durante encontro com o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, em Boa Vista (RR), 18 de setembro de 2020
Brasil 'se apequena no plano externo' com Bolsonaro na ONU, avalia analista - Sputnik Brasil
Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, durante encontro com o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, em Boa Vista (RR), 18 de setembro de 2020

No dia 3 de novembro, o republicano Trump enfrentará o candidato do Partido Democrata, Joe Biden, nas urnas. 

"Uma eventual derrota do presidente Donald Trump em sua tentativa de reeleição pode ser muito negativa para o Brasil", diz Fuccile. "Esse abraço ao presidente Trump e tentar jogar água no moinho do presidente Trump é algo absolutamente ridículo porque, infelizmente, achar que o presidente Bolsonaro possa ter alguma influência para valer sobre o público americano ou com relação à disputa colocada entre republicanos e democratas é absolutamente ridículo."
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