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Brasil pode ser instrumentalizado pela campanha democrata nos EUA, diz especialista

© AP Photo / Paul SancyaEm Detroit, nos EUA, a senadora Kamala Harris durante comício da campanha presidencial do candidato democrata Joe Biden, em de março de 2020.
Em Detroit, nos EUA, a senadora Kamala Harris durante comício da campanha presidencial do candidato democrata Joe Biden, em de março de 2020. - Sputnik Brasil
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A senadora Kamala Harris, anunciada na última terça-feira (11) como vice da chapa democrata de Joe Biden nas eleições dos EUA, já declarou anteriormente que Bolsonaro era um "presidente trumpista brasieiro".

Em publicações no Twitter em meados de agosto de 2019, a nova vice de Joe Biden, ao comentar sobre as queimadas na Amazônia, havia cobrado o presidente Bolsonaro sobre a devastação da região. 

O presidente brasileiro Bolsonaro precisa responder por esta devastação. A Amazônia é responsável por cerca de 20% do oxigênio do mundo e abriga mais de um milhão de indígenas. Qualquer destruição afeta a todos nós.

A professora de Relações Internacionais da ESPM/SP, Denilde Holzhacker, em entrevista à Sputnik Brasil, afirmou que, apesar do Brasil não ser tema central da política externa dos EUA, "vai ser pressionado por grupos de ativistas ligados ao Partido Democrata" na questão ambiental.

De acordo com ela, a vice da chapa de Biden "tem uma atuação forte na área ambiental", o que faz com que sua candidatura seja "um ponto sensível para o governo brasileiro" no caso de uma eventual vitória de Joe Biden nas eleições dos EUA.

"Tanto a campanha do Biden, quanto a escolha da Kamala, mostra que [a agenda ambiental] tem sido fortemente discutida nos grupos democratas, que não é possível pensar [em] comércio sem pensar [em] preservação ambiental [...] Então a entrada da Kamala reforça esse processo e torna um desafio brasileiro de ter que redefinir a sua relação com os EUA", afirmou.

Ao comentar as relações bilaterais entre Brasil e EUA, a especialista destacou que o governo Bolsonaro "nunca escondeu a sua predileção pelo Trump e pela relação automática com o governo Trump".

"Então isso coloca para o Brasil desafios, porque a gente não tem uma agenda de aproximação com o Partido Democrata, ao contrário, a gente tem recebido críticas de vários grupos parlamentares democratas que se posicionam contra essa aliança entre Trump e Bolsonaro", disse.

A professora de Relações Internacionais observou também que, além da questão ambiental, a relação de proximidade de Bolsonaro e Trump deve ser instrumentalizada pela campanha democrata em agendas sociais, como a questão indígena, de direitos humanos, questão racial e de gênero.

De acordo com ela, a vice de Biden será uma porta-voz dessas agendas e, com isso, se contrapor ainda mais ao governo de Donald Trump.

"O Brasil pode ser usado dentro dessa estratégia para demonstrar que tipo de aliança que o governo Trump tem, e como o governo democrata lidaria com governos do estilo do governo Bolsonaro", completou.

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