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COVID-19: podem faltar seringas se Brasil não planejar vacinação até setembro, dizem fabricantes

© AFP 2023 / Imprensa do governo do Estado de São PauloVoluntário recebendo vacina contra COVID-19 em São Paulo, Brasil
Voluntário recebendo vacina contra COVID-19 em São Paulo, Brasil - Sputnik Brasil
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Uma eventual vacinação em massa contra a COVID-19 no Brasil pode enfrentar um problema de escassez de seringas. Sobre esse assunto, a Sputnik Brasil conversou com um representante de fabricantes de equipamentos hospitalares, que alerta para a necessidade de um planejamento detalhista para o esforço da vacinação.

No domingo (9), a jornalista Mônica Bergamo publicou no jornal Folha de São Paulo que fabricantes de vacinas estão alertando o governo para a possível escassez de seringas no país para a aplicação da vacina contra a COVID-19 em massa, caso esta seja aprovada por cientistas e pelas autoridades sanitárias.

Para o engenheiro Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (ABIMO), a possibilidade é real e o país precisa criar um planejamento capaz de impedir a escassez de seringas.

"Se nós não tivermos um planejamento factível, nós poderemos correr o risco de termos as vacinas na mão e nas prateleiras e não termos como aplicar nos pacientes. Essa carência não existe, o problema é que o governo vai precisar de uma demanda muito grande de seringas em um espaço muito pequeno para as aplicações", aponta o engenheiro em entrevista à Sputnik Brasil.

Fraccaro recorda que a experiência recente com a pandemia pode servir de exemplo para mostrar a necessidade de um planejamento com antecedência para evitar a falta de equipamentos básicos.

"Não há empresa no mundo capaz de fornecer toda a quantidade que o governo precisa com um pedido para entrega em um mês. Nós aprendemos com os ventiladores, aprendemos com os equipamentos de proteção individual, que quando o governo demandou uma quantidade enorme – aliás, o mundo todo demandou ao mesmo tempo – teve falta, preços exorbitantes e ficamos muitas vezes na fila", alerta.
© Folhapress / Paulo Guereta/Photo PremiumGovernador João Doria Jr. anuncia novas medidas para intensificar o combate ao novo coronavírus, com a chegada de uma vacina, vinda da China, que será administrada pelo Instituto Butantã em São Paulo, 20 de julho de 2020
COVID-19: podem faltar seringas se Brasil não planejar vacinação até setembro, dizem fabricantes - Sputnik Brasil
Governador João Doria Jr. anuncia novas medidas para intensificar o combate ao novo coronavírus, com a chegada de uma vacina, vinda da China, que será administrada pelo Instituto Butantã em São Paulo, 20 de julho de 2020

A dimensão de uma eventual campanha de vacinação demanda um planejamento em detalhes, conforme explica Fraccaro. 

"Como o Brasil deve se preparar para essa hiper-campanha? Planejando nos mínimos detalhes! Não é só a vacina, que é o elemento mais importante, mas eu vou precisar de seringas, eu vou precisar de álcool-gel, eu vou precisar de protetores para as mãos, luvas, vou precisar, provavelmente, de uma atenção muito grande na distribuição desses produtos, embora o governo brasileiro tenha uma experiência em campanhas de vacinação", avalia.

O engenheiro alerta ainda que o país tem até o final do mês de setembro para definir o tamanho da demanda de equipamentos como seringas e assim garantir que haja tempo hábil para a produção.

"Tudo é uma questão de planejamento, mas o certo é que até o final de setembro as empresas vencedoras para o fornecimento das seringas a partir do ano que vem já deverão ser conhecidas para que elas possam se preparar para o atendimento desse pedido", conclui.
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