Aposta dos EUA em mísseis balísticos para 'conter a Rússia' tem justificação? Especialista explica

© AFP 2023 / Marinha dos EUAMíssil de cruzeiro Tomahawk durante teste de voo controlado sobre o Comando de Sistemas Aéreos Navais (NAVAIR) no sul da Califórnia
Míssil de cruzeiro Tomahawk durante teste de voo controlado sobre o Comando de Sistemas Aéreos Navais (NAVAIR) no sul da Califórnia - Sputnik Brasil
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Recentemente, o Pentágono declarou que o desenvolvimento e o desdobramento de mísseis de cruzeiro nucleares baseados em navios são necessários para "conter a Rússia".

Estas declarações, segundo Aleksandr Perendzhiev, analista militar e professor da Universidade Russa de Economia Plekhanov, significam que os EUA nunca destruíram completamente seus mísseis e agora iniciam uma nova corrida armamentista.

"Um míssil de cruzeiro nuclear lançado do mar seria uma resposta aos desenvolvimentos perturbadores de forças e doutrinas dos rivais nucleares", indica comunicado do Pentágono.

O documento assegura que os EUA retiraram de serviço o último míssil nuclear em 2010, porém observa que a Rússia teria continuado um programa para modernizar e expandir suas operações nucleares de baixa capacidade.

As autoridades norte-americanas consideram preocupante que a estratégia russa "contemple o uso destas capacidades nucleares em um conflito".

No entanto, o documento sobre a política russa de dissuasão nuclear, assinado pelo presidente russo Vladimir Putin no dia 2 de junho, afirma que "a Federação da Rússia considera o armamento nuclear exclusivamente um meio de dissuasão".

© Foto / Domínio público / IS1 Kenneth Moll, USS Cape St. GeorgeLançamento de míssil de cruzeiro Tomahawk do navio USS Cape St. George
Aposta dos EUA em mísseis balísticos para 'conter a Rússia' tem justificação? Especialista explica - Sputnik Brasil
Lançamento de míssil de cruzeiro Tomahawk do navio USS Cape St. George

Enquanto isso, a doutrina nuclear norte-americana indica que os Estados Unidos devem preencher uma suposta lacuna existente nas suas forças nucleares.

As declarações do Pentágono, segundo o analista Aleksandr Perendzhiev, significam que "os EUA nunca destruíram seus mísseis, armazenando os projéteis até um momento oportuno, que acaba de chegar".

Além disso, ele observou que "em 2020, os EUA iniciaram a modernização de todas as forças nucleares e retiraram suas armas armazenadas".

"Isto leva a duas conclusões. A primeira é que os EUA estão começando uma nova rodada de uma corrida armamentista. A segunda é que, quando negociamos com os EUA sobre o desarmamento, precisamos de um mecanismo claro para verificar até que ponto este processo é realizado pelos próprios EUA", comentou o analista à Sputnik.

Os EUA abandonaram definitivamente o Tratado INF sobre a eliminação dos mísseis balísticos e de cruzeiro nucleares ou convencionais de alcance intermediário em agosto de 2019. Em apenas três semanas após o abandono do tratado, os EUA realizaram um teste com mísseis que estavam proibidos pelo documento, o que significa que desenvolveram esse armamento ainda durante a vigência do tratado.

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