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Aumento do desmatamento pode gerar bloqueios de investimentos no Brasil, diz economista

© REUTERS / Ueslei MarcelinoQueimada da floresta amazônica em 2019.
Queimada da floresta amazônica em 2019. - Sputnik Brasil
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Um grupo de investidores internacionais que gere US$ 3,75 trilhões (R$ 19,3 trilhões) em ativos enviou uma carta aberta nesta segunda-feira (22) para embaixadas brasileiras manifestando preocupação com o aumento do desmatamento no Brasil.

O documento foi enviado a representações do Brasil em sete países. O grupo liderado pela empresa norueguesa de seguros e pensões Storebrand Asset Management diz que a política ambiental brasileira gera uma "incerteza generalizada sobre as condições para investir ou fornecer serviços financeiros ao Brasil".

O economista Fábio Sobral, professor de Economia Ecológica da UFC (Universidade Federal do Ceará), disse que há registro de fuga de capital do Brasil desde o ano passado.

"Creio que pode haver uma fuga de capitais, na verdade já há um movimento de fuga de capitais do Brasil desde o ano passado, isso tem sido demonstrado pela saída de dólares de investidores estrangeiros provavelmente devido a essa profunda instabilidade política que se instaurou no país", explicou à Sputnik Brasil.

Segundo Sobral, o aumento do desmatamento pode gerar fuga de investimentos no país.

"A política ambiental pode determinar uma espécie de bloqueio de parte dos fundos de investimentos ao Brasil, principalmente daqueles fundos que captam de pequenos investidores", afirmou.

O economista atribui a atitude encabeçada pela empresa Storebrand Asset Management a dois fatores.

"Uma vertente de marketing junto aos pequenos investidores e um segundo fato é a percepção de que, de fato, em regiões onde as mudanças climáticas forem mais intensas os prejuízos podem ser mais significativos", afirmou.

Fábio Sobral vê como positiva a pressão externa sobre a política ambiental brasileira.

"A pressão externa pode dar um suporte às nações indígenas, a grupos quilombolas, grupos ambientais, até porque esses grupos sofrem ameaças físicas. O número de lideranças rurais e ambientais que são assassinadas tem crescido, não há uma proteção a esses grupos, então a pressão externa vai trazer significativa proteção interna ou pelo menos uma divulgação maior do que está ocorrendo na Amazônia", defendeu.

De acordo com Sobral, será difícil o governo do presidente Jair Bolsonaro reverter a imagem do Brasil na política de proteção ao meio ambiente.

"O governo tem se tornado um inimigo do meio ambiente, o governo se apresentou assim como um inimigo do meio ambiente, o governo se apresenta como um destruidor das florestas, vai ser muito difícil reverter as ações governamentais e reverter a imagem do Brasil nesse quesito", acredita.

O Banco Central divulgou nesta quarta-feira (24) um balanço que aponta que nos cinco primeiros meses deste ano o Brasil registrou a saída de US$ 33,6 bilhões (R$ 178,25 bilhões).

O BC também informou que os investidores retiraram US$ 50,9 bilhões (R$ 270 bilhões) de aplicações financeiras no Brasil nos doze meses encerrados em maio deste ano.

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