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Mandetta sai fortalecido após demissão e sensação de desamparo aumenta, diz cientista política

© Folhapress / Pedro LadeiraO ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta durante coletiva de imprensa no Ministério da Saúde.
O ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta durante coletiva de imprensa no Ministério da Saúde.  - Sputnik Brasil
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O novo ministro da Saúde, o oncologista Nelson Teich, tomou posse nesta sexta-feira (17) em cerimônia no Palácio do Planalto.

Ele assume o lugar que era do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, que se desgastou com o presidente por causa das estratégias adotadas contra a pandemia da COVID-19.

Em entrevista à Sputnik Brasil, Clarisse Gurgel, cientista política, professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), disse que quem sai fortalecido no atrito entre Bolsonaro e Mandetta é o agora ex-ministro.

"Quem sai fortalecido é o Mandetta. Todo ministro da Saúde ao longo da história do Brasil, independente da política que há por trás dele, produz um carisma muito grande porque ele ocupa um posto que está muito associado a cuidado e conhecimento, duas coisas que o povo brasileiro é muito carente", disse.

Clarisse Gurgel fala ainda que, com a saída de Mandetta, a sensação de desamparo em meio à pandemia da COVID-19 por parte da população brasileira aumenta.

"Como ele estava conduzindo o processo que enfrentava essa pandemia e o presidente Bolsonaro na sua postura gerava muita confusão, as pessoas se sentiam desamparadas pelo presidente Jair Bolsonaro e amparadas pelo ministro. Quando ele sai a sensação que o povo sente é de que o desamparo aumentou", explica.

Segundo Clarisse Gurgel, Nelson Teich agora precisará tomar medidas contrárias às que Mandetta vinha tomando e isso significa a flexibilização da quarentena.

"O ministro novo tentou até simular que estava enfim tomando uma iniciativa de maior controle em que o povo brasileiro não estaria subjugado e dominado pelo vírus, mas ele vai precisar trabalhar muito na direção contrária à do ministro anterior para reverter esse desgaste do presidente Bolsonaro. E trabalhar na direção oposta é flexibilizar a quarentena", analisa.

Nelson Teich tem 62 anos, é formado em medicina pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), ele se especializou em oncologia no Instituto Nacional do Câncer (Inca) e estudou Gestão de Negócios na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Nos anos 1990 fundou o Centro de Oncologia Integrado (Grupo COI), onde atuou até 2018.

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