Suécia contraria tendência europeia e diz 'não' à quarentena do coronavírus

© REUTERS / TT News Agency/ Anders WiklundPessoas andando ao ar livre em Djurgarden, em meio à pandemia do coronavírus, em Estocolmo, Suécia, 22 de março de 2020
Pessoas andando ao ar livre em Djurgarden, em meio à pandemia do coronavírus, em Estocolmo, Suécia, 22 de março de 2020 - Sputnik Brasil
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Com as autoridades da maior parte da Europa tendo impondo restrições para conter a propagação do coronavírus, a Suécia aparentemente deixou seus cidadãos livres da quarentena.

Estocolmo está adotando uma abordagem mais liberal para combater o vírus, apesar de países vizinhos, como Dinamarca e Noruega, terem fechado todos os serviços, exceto os essenciais.

Apesar de as universidades e escolas secundárias terem fechado temporariamente, as pré-escolas, jardins de infância, bares, restaurantes, estações de esqui, clubes esportivos e salões de beleza permanecem todos abertos, opinou o jornalista britânico Guy Birchall.

As ruas suecas de Estocolmo e Malmo estão visivelmente mais calmas do que o habitual, mas positivamente agitadas em comparação com as de Copenhague, Oslo, Londres, Paris e Roma.

Outras medidas tomadas incluem a proibição de reuniões de mais de 50 pessoas e maiores de 70 anos sendo instruídos ao autoisolamento.

Tempos difíceis se aproximam

O primeiro-ministro sueco, Stefan Lofven, advertiu que os tempos que se aproximam seriam difíceis, mas também colocariam o ônus sobre os suecos individualmente.

"Todos nós, como indivíduos, temos que assumir a responsabilidade. Não podemos legislar e proibir tudo", afirmou Lofven.

Especialistas suecos têm uma visão muito diferente da do Reino Unido, com seu epidemiologista estatal, Anders Tengell, dizendo que a previsão de 250 mil mortes é "pessimista".

Os últimos números na Suécia mostram 4.435 infecções e 180 mortes pelo novo coronavírus.

"Enquanto o desenvolvimento da epidemia sueca se mantiver a este nível, não vejo nenhuma grande razão para tomar medidas que só se consegue acompanhar por um período de tempo muito limitado", disse Tengell ao The Observer.

A mudança da Suécia permitiu que as empresas permanecessem abertas, reduzindo o impacto na economia do país, segundo o colunista. A abordagem tem sido amplamente bem recebida pelo público, que a vê como uma linha de ação mais sensata do que as medidas draconianas tomadas em outros países. Também coloca o país em melhor posição para recuperar a sua capacidade total após a pandemia.

© REUTERS / Jonas Ekstromer/TT News AgencyPrimeiro-ministro sueco Stefan Lofven durante coletiva de imprensa na sede do governo em Estocolmo, Suécia, 31 de março de 2020
Suécia contraria tendência europeia e diz 'não' à quarentena do coronavírus - Sputnik Brasil
Primeiro-ministro sueco Stefan Lofven durante coletiva de imprensa na sede do governo em Estocolmo, Suécia, 31 de março de 2020

Só o tempo dirá qual será a melhor resposta à pandemia de coronavírus, mas, de momento, a abordagem de liberalismo econômico da Suécia parece ser encorajadora para sua população. A confiança é um fator importante em uma democracia em que um governo lidera por consentimento do povo. A confiança pública na Suécia é excepcionalmente elevada, com os cidadãos acreditando que seus políticos estão agindo em conformidade com o interesse público. Sem dúvida, segundo o jornalista, terão que ser feitos sacrifícios na luta contra a COVID-19, mas é vital a confiança pública no governo.

Se a pandemia não for tão fatal como a maioria dos países temem, então as medidas draconianas aplicadas por outros Estados poderiam resultar em uma cura pior do que a doença.

Contudo, se a pandemia for tão mortal como previsto, mas não mais na Suécia do que em outros países, o governo ainda não poderia ser acusado de não ter feito nada, mas ainda estaria em condições economicamente mais estáveis. A única situação que deixaria o governo sueco verdadeiramente aberto a críticas seria se a taxa de mortalidade na Suécia ultrapassasse a de países semelhantes, mas até agora parece haver poucos indícios de que seja esse o caso, concluiu o colunista.

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