Xeque-mate à economia: que erro cometeu Wall Street frente ao coronavírus?

© REUTERS / Lucas JacksonHomem usa máscara protetora enquanto caminha na Wall Street durante o surto de coronavírus em Nova York, EUA, 13 de março de 2020
Homem usa máscara protetora enquanto caminha na Wall Street durante o surto de coronavírus em Nova York, EUA, 13 de março de 2020 - Sputnik Brasil
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Apesar dos estragos que o coronavírus vem causando nos mercados acionários globais, alguns especialistas de Wall Street mantêm o otimismo.

Os analistas da Morningstar Inc., uma empresa provedora independente de pesquisa e gestão de investimentos da Wall Street, acreditam que essa pandemia será "leve" para o setor financeiro.

Segundo a análise, os EUA teriam um grande número de camas de terapia intensiva e um avançado sistema de saúde. Será que este otimismo tem certa razão?

Na verdade, a existência de muitas camas não significa que estejam livres para os pacientes de COVID-19. O número das pessoas que não serão tratadas pode ser muito grande, conforme mostra a experiência na Itália.

Os especialista admitem que a falta de seguro de saúde e licença médica paga levará provavelmente a taxas de infecção mais elevadas nos EUA. Consequentemente, isso pode levar as pessoas sem seguro de saúde, relutantes em procurar tratamento, e aqueles sem licença médica paga a irem trabalhar mesmo quando doentes, a fim de ganhar dinheiro suficiente para pagar suas contas. Mesmo com esse revés, o relatório surpreendentemente otimista se baseia na ideia de um regresso à normalidade no setor.

© AP Photo / Mark LennihanTrader no salão da bolsa de valores de Wall Street observa variações nos preços das ações
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Trader no salão da bolsa de valores de Wall Street observa variações nos preços das ações

Durante os dois primeiros meses deste ano, os mercados dos EUA praticamente ignoraram os perigos crescentes de uma pandemia e assumiram que quaisquer problemas econômicos estariam confinados apenas à China, explica o colunista Kurt Cobb do canal russo RT. Porém, a "ficha" começou a cair no final de fevereiro e levou ao colapso histórico do mercado acionário.

Segundo o autor do artigo, Wall Street simplesmente não estaria a ver as implicações políticas e sociais do presente colapso.

O atual problema, sugerem vários especialistas, terá um impacto indireto na confiança no sistema econômico e nas instituições governamentais, que supostamente devem proteger as pessoas em tais emergências.

Esse vírus estaria agora colocando em xeque-mate pressupostos profundamente enraizados sobre segurança básica, proteção, cuidados de saúde e também arranjos econômicos e políticos que não parecem ser capazes de responder à altura a tais emergências, opinou o colunista. Na realidade, a pandemia veio abalar a fé em um sistema econômico que deixa tantos sem meios para responder a tal situação de vida ou de morte.

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