O mercado financeiro foi sacudido nesta segunda-feira por uma forte instabilidade, ocasionada pela queda dos preços do petróleo no mercado internacional. No Brasil, o Ibovespa chegou a cair mais de 10%, o valor das ações da Petrobras tiveram forte queda e o dólar voltou a subir consideravelmente.
Nesta tarde, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo não pretende interferir no setor, deixando a Petrobras livre para manter sua atual política de preços.
"A Petrobras continuará mantendo sua política de preços sem interferências. A tendência é que os preços caiam nas refinarias", afirmou o presidente brasileiro https://t.co/gOMUeGreIx
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) March 9, 2020
Em entrevista à Sputnik Brasil, o economista Alexandre Cabral, professor do Ibmec-SP, culpou a guerra de preços lançada pela Arábia Saudita por essa instabilidade, iniciada após um desentendimento entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e um grupo de países liderados pela Rússia para reduzir a produção do combustível.
"O principal produtor do planeta [Arábia Saudita] falou que vai vender bem abaixo do que estava vendendo na sexta-feira", declarou o especialista.
Segundo Cabral, a economia mundial já vinha sofrendo em decorrência do surto do novo coronavírus, que reduziu as atividades econômicas em várias partes do mundo. E a situação só se agravou com esse novo problema.
"Tem vários países, Argélia, Irã, Kuwait, que, quando o petróleo cai muito, as contas públicas não fecham. Por quê? Porque o Tesouro nacional daqueles países consideram o petróleo a principal fonte de renda de exportação", explica. "Não é só a briga entre Arábia Saudita e Rússia. Outros países, em paralelo, também vão sentir essa pancadaria."
No caso do Brasil, o professor argumenta que a situação econômica está se deteriorando tanto por conta dessa crise quanto por causa de outros fatores, como a "quarentena coletiva na Itália" devido ao surto da COVID-19, e o anúncio da desaceleração econômica do Japão com a queda no consumo.
FMI deve reduzir previsões de crescimento da economia mundial devido ao coronavírus https://t.co/HUeMONiX0A pic.twitter.com/ni5MF8KNuA
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) February 27, 2020
Para Cabral, a postura da Petrobras em relação à crise, de apenas observar os movimentos internacionais, é a mais adequada no momento, por não se saber até onde vai a "guerra" do petróleo.
"A Petrobras também tem outra preocupação importante, que é o câmbio. Tem muita coisa que ela importa em dólares. Com o dólar disparando, várias importações dela vão ficar bem caras. O custo operacional vai ficar bem caro."
As opiniões expressas nesta matéria podem não necessariamente coincidir com as da redação da Sputnik
Ao pressionar o botão "Publicar", você concorda expressamente com o processamento de dados da sua conta no Facebook para permitir que você comente notícias no nosso site usando essa conta. Você pode consultar a descrição detalhada do processo de processamento na Política de Privacidade.
Você pode cancelar seu consentimento removendo todos os comentários publicados.
Todos os comentários
Mostrar comentários novos (0)
em resposta a(Mostrar comentárioEsconder comentário)