O Sisu é responsável pelo acesso a 128 instituições públicas de ensino no Brasil e oferece 237 mil vagas.
O processo de seleção tinha suspenso pela Justiça Federal que exigia que o MEC comprovasse documentalmente que corrigiu todas as falhas nas notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A pasta divulgou ter encontrado erro na correção de 5.974 provas, de 3,9 milhões participantes da última edição do exame.
Em entrevista à Sputnik Brasil, Lincoln Araújo, professor da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), disse que o erro no Enem é uma das crises mais graves enfrentadas pela educação brasileira nos últimos 50 anos.
"Essa talvez seja a pior crise, a crise mais aguda do processo educacional somando os últimos 50 anos", afirmou.
Segundo Lincoln Araújo, isso se deve ao fato de centenas de milhares de jovens e adultos contarem com o exame para o seu futuro profissional.
"Quando que você se estabelece um conjunto de dúvidas em relação ao processo de avaliação e de ingresso na universidade isso traz um baque e um trauma profundo a esses jovens adolescentes, aos seus pais, que sonham com o acesso à universidade e a profissionalização", analisou.
Lincoln Araújo disse que, apesar do Enem já ter apresentado falhas em outras edições, dessa vez o problema é de uma dimensão diferente porque coloca em questão a lisura do processo de correção.
"O Enem está fazendo 22 anos e então são políticas públicas permanentes no campo da educação e que são fundamentadas no principio da Constituição de 88. Nestes 22 anos o Enem passou por problemas, é preciso reconhecer isso. Mas esse atual problema do Enem, que vai se desdobrar no Sisu e no ProUni, é um problema ímpar, diferentemente daqueles que aconteceram em outro momento", disse.
Segundo o especialista, o principal culpado pelas falhas é o próprio governo federal.
"Os setores que hoje gerenciam o estado brasileiros foram eleitos com o discurso da eficiência, do gerencialismo e nós estamos vendo na prática que não conseguem aplicar um exame que já tem 22 anos de expertise", completou.
As opiniões expressas nesta matéria podem não necessariamente coincidir com as da redação da Sputnik
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