'Triunfo de Fernández era acontecimento previsível', segundo especialista

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A vitória do opositor Alberto Fernández nas eleições presidenciais na Argentina era esperada frente ao fracasso do modelo econômico do atual mandatário, Mauricio Macri, opina cientista político.

O responsável científico do Instituto da América Latina da Academia de Ciências da Rússia, Vladimir Davydov, disse à Sputnik que a vitória de Alberto Fernández nas eleições presidenciais na Argentina, que ocorreram no domingo (27), era um acontecimento previsível devido à situação atual no país.

"O triunfo de Fernández era um acontecimento previsível. O país foi colocado em uma situação difícil devido à política do presidente Macri", disse o especialista à Sputnik.

Vladimir Davydov assinalou que Mauricio Macri apostou no endividamento e que seu governo recebeu o maior empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI) nos últimos anos.

"O vencedor das eleições terá que lidar com a situação muito grave e de difícil resolução que deixa Macri, que foi incapaz de melhorar a situação do país com uma política construtiva e optou pela via relativamente mais fácil", disse ele.

© REUTERS / Agustin MarcarianMauricio Macri (à esquerda) e Alberto Fernandez (à direita) durante um debate presidencial, em 20 de outubro de 2019
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Mauricio Macri (à esquerda) e Alberto Fernandez (à direita) durante um debate presidencial, em 20 de outubro de 2019

O governo do presidente Néstor Kirchner pagou toda a dívida argentina ao FMI em janeiro de 2006, mas Macri volveu a endividar o país perante este órgão internacional em 2018, explicou o cientista político.

'Memória histórica'

Vladimir Davydov atribuiu a vitória de Fernández ao despertar da memória histórica.

"Os argentinos começaram a compreender que os governos da esquerda fizeram mais pelos pobres e os gastos sociais eram altos", indicou Davydov.

O especialista assinalou que Fernández, que assumirá o cargo no dia 10 de dezembro, terá que tomar medidas imediatas e a longo prazo.

Segundo Davydov, entre as decisões urgentes se deverá frenar o aumento dos preços, a inflação e a deterioração da situação da maioria dos argentinos.

O presidente eleito terá que negociar com os credores para reestruturar a dívida e fortalecer a confiança no país.

Eleições presidenciais

Alberto Fernández, líder da Frente de Todos, se impôs no primeiro turno das eleições do domingo (27), com 48,1% dos votos, frente ao presidente atual, Mauricio Macri, que acumulou 40,4% de apoios, segundo o reconto de 97% das mesas.

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