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'Bolsonaro foi estadista firme na ONU', diz advogado da área ambiental

© REUTERS / Carlo AllegriO presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, discursa na 74ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no dia 24 de setembro de 2019.
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, discursa na 74ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no dia 24 de setembro de 2019. - Sputnik Brasil
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O discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia das Nações Unidas foi de "estadista", "um representante firme de um país soberano", disse à Sputnik Brasil Antônio Fernando Pinheiro Pedro, especialista em Direito Ambiental.

Além disso, ele afirmou que o presidente expôs os princípios que, segundo sua opinião, regem o governo atual, "soberania", "liberdade de mercado", "livre iniciativa", "respeito à diversidade" e "defesa da Amazônia". O advogado foi consultor de política ambiental da equipe de transição montada por Bolsonaro após as eleições. 

O mandatário brasileiro chegou em Nova York, onde está sendo realizada o evento da ONU, sob pressão desde que, em agosto, a divulgação de dados sobre o aumento do desmatamento e de queimadas na Amazônia levaram a uma onda de críticas internacionais e um embate com o presidente da França, Emmanuel Macron.

Segundo Pinheiro Pedro, o pronunciamento do brasileiro foi positivo. "Foi o discurso de um estadista, um representante firme de um país soberano, que expôs com muita clareza e objetividade o posicionamento do governo brasileiro, inclusive fazendo referências históricas: ao momento em que nos encontrávamos antes e como estamos hoje".

Para ele, o Brasil sofreu um ataque da mídia em relação às queimadas na Amazônia, posição defendida por Bolsonaro e seus apoiadores, que enxergam nas críticas de outros países e organizações internacionais uma ameaça à Amazônia.  

"O que o governo estabeleceu, e Bolsonaro reproduziu perfeitamente na Assembleia, foi o posicionamento de um país soberano, que tem uma preocupação muito além da mera defesa de um ataque midiático sofrido nos últimos meses por conta de uma questão ambiental, que como Bolsonaro mesmo diz, é cíclica, que são os incêndios na Amazônia", disse o especialista. 

'América Latina está se curando do socialismo'

Em seu pronunciamento, Bolsonaro falou ainda que o Brasil caminha para um futuro de progresso após estar "à beira do socialismo". O presidente também criticou duramente o programa Mais Médicos, o regime cubano e o governo chavista da Venezuela.

"Estamos observando hoje uma mudança de paradigma no mundo. A nova polarização mundial se faz entre globalistas e soberanistas. E no meio dessa nova polarização, existe uma revisão completa do que nós podemos chamar de 'volta ao socialismo'. O que o Bolsonaro colocou claramente foi: a América Latina, em especial a América do Sul, sofreu um ataque de cunho socializante nos últimos anos, do qual está se curando democraticamente", disse Pinheiro Pedro.

Segundo o especialista na área ambiental, o discurso de Bolsonaro também pode ser elogiado por ter se alinhado com o pronunciamento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump: "O que ele disse foi seguido pelo presidente Trump na mesma assembleia, nos mesmos parâmetros. Ataque ao socialismo na América, combate firme ao globalismo e a defesa da soberania. O alinhamento americano nesse caso ficou muito claro".

'Falou dos bois, mas não deu nome a eles'

O presidente brasileiro não citou especificamente Macron ou outro líder do continente, mas falou que "um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa, com espírito colonialista".

Para Pinheiro Pedro, ficou claro que se tratavam de França, Alemanha e Noruega. "Bolsonaro disse que não ia fulanizar, mas falou dos bois sem dar os nomes", ironizou.

Além disso, o advogado afirmou que o discurso do presidente mostrou um país "engajado na aplicação dos princípios do capitalismo e da globalização econômica, mas absolutamente desengajado do globalismo".

Segundo ele, essa posição é defendida pelo Brasil, Estados Unidos e Rússia, que estariam atuando em prol da "renacionalizaçao, soberanização, reação negativa ao globalismo e respeito aos valores tradicionais, novamente em voga".

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