Estados Unidos se preparam para guerra simultânea contra Rússia e China?

© AFP 2023 / Johannes EiseleSoldados norte-americanos no Afeganistão (foto de arquivo)
Soldados norte-americanos no Afeganistão (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Nos EUA começou uma campanha de informação visando a preparação para uma nova guerra, em que o Pentágono deve estar pronto para um conflito simultâneo contra a Rússia e a China, escreve Ivan Danilov, colunista da Sputnik.

A agência de notícias Bloomberg publicou dois artigos detalhados sobre a questão, escritos por renomados especialistas americanos, destinados a intimidar o leitor norte-americano e aqueles que tomam decisões em Washington, escreve o colunista.

O primeiro texto, escrito pelo ex-comandante das tropas dos EUA e da OTAN na Europa, almirante aposentado James Stavridis, sugere que Washington e seus aliados europeus não estão claramente preparados para a "aliança russo-chinesa", que ameaça os americanos pelo simples fato da sua existência.

O outro artigo, de autoria do professor Hal Brands, da Universidade John Hopkins (EUA), especialista de várias ONGs muito influentes, insinua que Washington deve começar urgentemente a se preparar para um confronto com as duas grandes potências simultaneamente, caso contrário, ficará indefeso frente à coalizão russo-chinesa.

Soldado americano junto à bandeira dos EUA (arquivo) - Sputnik Brasil
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Para o colunista russo, este evento mediático pode ser atribuído à atitude negativa dos dois influentes especialistas, que expressam o sentimento de "declínio" e de morte da hegemonia dos EUA, mencionados com frequência pela imprensa americana.

Segundo a análise, ao ler o texto do ex-comandante americano, pode-se notar, para além de um ligeiro pânico, que ele apela ao mais profundo medo da elite política de Washington, baseada na teoria geopolítica de Halford John MacKinder, que acredita na dominação de áreas estratégicas por Moscou e Pequim – algo que é considerado uma grande ameaça existencial aos Estados Unidos.

O ex-almirante Stavridis, enumerando os pontos de interação entre Moscou e Pequim, chega à conclusão de que o objetivo desta cooperação é o controle sino-russo sobre a Eurásia e a África como um todo, o que implica inevitavelmente o afastamento dos EUA e dos seus aliados para a "periferia do mundo", explica o analista.

Como resposta, o comandante aposentado recomenda que "os EUA e seus aliados devem prestar atenção à crescente cooperação entre a Rússia e a China", impedindo que a aliança sino-russa "seduza" os países europeus, além de tentar "fazer todo o possível para apoiar uma Europa unida e fortalecer a rede de alianças, parcerias e amizades na periferia da Ásia".

Na opinião do jornalista Danilov, essas medidas não são mais que um trabalho de sabotagem da cooperação sino-russa, complementando que nas teses publicadas pelos especialistas renomados há somente medidas punitivas.

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Veja-se, por exemplo, a seguinte afirmação do professor Hal Brands: "Os EUA devem desenvolver a combinação certa de capacidades e conceitos para derrotar a China ou a Rússia antes de poder expandir significativamente suas Forças Armadas. Mas, uma vez determinada essa combinação, os EUA terão de criar - com um custo considerável - uma força maior que possa impedir o agressor de atingir suas metas no segundo teatro de operações, mesmo que os Estados Unidos estejam lutando no primeiro teatro. No futuro próximo, os Estados Unidos estarão envolvidos em uma tensa e perigosa rivalidade com a China e a Rússia ao mesmo tempo".

Danilov conclui que a Rússia é vista como inimiga por Washington e que os EUA encaram o fortalecimento da amizade e da cooperação sino-russa como um sinal claro de desejo de dominação mundial, algo que os americanos pretendem combater a todo o custo.

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