Por que é tão difícil acabar completamente com o Daesh na Síria?

© AFP 2023 / Bulent KilicCombatente das Forças Democráticas da Síria (SDF) na cidade síria destruída de Raqqa, em 16 de outubro de 2017
Combatente das Forças Democráticas da Síria (SDF) na cidade síria destruída de Raqqa, em 16 de outubro de 2017 - Sputnik Brasil
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Bombardeios frequentes, incessante fogo de artilharia e reservas esgotadas não deixam nenhuma esperança para os terroristas de realizarem seu ambicioso projeto de erguer um califado na Síria, mas a guerra ainda está longe de acabar.

Apoiadas pela coligação internacional, as Forças Democráticas da Síria (SDF, na sigla em inglês) continuam atacando o último baluarte do Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia e em vários países) na Síria: o povoado de Baguz.

Essa localidade tinha antes da guerra uma população de cerca de 10.000 pessoas e serviu durante muitos anos de ponto de passagem para terroristas que vinham de outros países para o território sírio. Em fevereiro foi completamente cercada pelas forças curdas.

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Durante uma entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o jornalista russo Andrei Kots explica em seu artigo por que a vitória total sobre os terroristas está demorando tanto tempo na Síria.

Atualmente, restam cerca de 2.000 pessoas em Baguz, sendo que metade dessa população é constituída por terroristas fanáticos, que estão prontos para lutar até ao último homem, declarou o colunista.

"É improvável que eles sejam capazes de resistir contando apenas com sua ideologia. Na Internet há bastantes fotos [mostrando] que a última cidade do Daesh se parece mais com um campo de refugiados semiabandonado", escreve o autor.

Segundo Kots, os terroristas têm problemas com o fornecimento de alimentos, munições e água potável, uma vez que os atiradores curdos mantêm a margem do Eufrates sob fogo.

"O ataque a Baguz é complicado pelo fato de os terroristas terem criado debaixo do povoado uma rede de abrigos e túneis subterrâneos. Eles os usam para transportar reforços, permanecendo invisíveis para a vigilância aérea", afirmou, adicionando que a queda de Baguz não necessariamente significará a completa derrota do grupo terrorista no território sírio.

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O jornal Al-Masdar News reportou que entre 1.500 e 3.000 terroristas permanecem ativos na região síria de Badiyat al-Sham.

"Eles têm equipamento militar suficiente para invadir a cidade e capturar alimentos, remédios e reféns […] É necessário libertar grandes forças sírias para a sua aniquilação, o que por agora Damasco é incapaz de fazer", enfatiza Kots, comentando que a luta contra essas unidades fica ainda mais difícil pelo fato de elas operarem à noite, enquanto durante o dia se escondem nos túneis.

Milícias "adormecidas" do Daesh ainda se encontram nas regiões orientais da Síria e poderão a qualquer momento começar a reconquistar os territórios libertados pelos curdos, conclui o jornalista.

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