Será Irã o primeiro a atacar EUA em caso de conflito no golfo Pérsico?

© AFP 2023 / Ebrahim Noroozi / JamejamonlineUm navio iraniano lança míssil no estreito de Ormuz
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A ameaça de Hassan Rouhani de fechar o estreito de Ormuz representa um desafio para Washington, explica o analista político Ghassan Kadi, enfatizando que a posição geográfica única do Irã lhe permite manter o controle sobre o golfo Pérsico.

O analista político de origem síria Ghassan Kadi comentou à Sputnik Internacional as crescentes tensões entre Washington e Teerã no golfo Pérsico.

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"Antes da Revolução Iraniana [em 1979], o xeque do Irã era conhecido como ‘o policial do golfo', ou seja, o policial dos EUA, e tendo-o de seu lado, os Estados Unidos não 'precisavam' de uma grande presença militar lá", indicou.

No entanto, assegura o especialista, a Revolução Iraniana afetou significativamente o equilíbrio de forças na região.

"E embora a Quinta Frota dos EUA só tivesse sido reativada em 1995, a presença da Marinha dos EUA regressou em força para a região […]", comentou, acrescentando que as forças norte-americanas derrubaram alguns aviões iranianos como, por exemplo, o voo 655 em 1988 e um Airbus A300.

A última implantação de um grupo de ataque liderado pelo porta-aviões USS John C. Stennis no golfo Pérsico não constitui uma mudança significativa no status quo, e só pode ser vista como uma ação que visa intimidar os iranianos, destaca o especialista.

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A localização estratégica do Irã permite manter o controle sobre o golfo Pérsico e, particularmente, sobre o estreito de Ormuz. Portanto, não é surpreendente que Teerã o use como moeda de troca em meio à escalada das tensões entre Washington e Teerã, provocada por uma série de sanções da Administração Trump contra a República Islâmica.

No dia 4 do dezembro, o presidente iraniano Hassan Rouhani sinalizou novamente a prontidão de bloquear o estreito de Ormuz (a faixa marítima mais movimentada do mundo para embarques de petróleo), se Trump interromper o comércio de petróleo da República Islâmica.

Segundo o analista, "o Irã usará esta carta como último recurso e, visto que o Irã não tem porta-aviões para enviar ao golfo do México, a ameaça de bloquear o estreito de Ormuz também deve ser simbólica e expressar desafio e contra-intimidação".

Os parlamentares iranianos e altos responsáveis militares continuam a reiterar que a República Islâmica é capaz de se defender, mas por outro lado, considerando o desequilíbrio de forças entre o Irã e os Estados Unidos, é pouco provável que o Irã seja primeiro a atacar, opina.

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