República Sérvia da Bósnia é contra manobras da OTAN, mas a 'pressão é enorme'

© AP Photo / Mindaugas KulbisSoldados da OTAN (foto de arquivo)
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A OTAN não pretende abandonar os planos de levar a cabo manobras militares na República Sérvia da Bósnia. De acordo com a aliança, elas devem ter lugar em 2019 no polígono de Manjaca, perto da principal cidade da república, Banja Luka, e na parte ocidental da Bósnia e Herzegovina, apesar dos protestos do lado bósnio.

Vale destacar que o aeroporto de Mahovljana, que as forças da aliança pretendem utilizar durante as manobras, está situado somente a 20 quilômetros da capital da República Sérvia da Bósnia. O presidente reafirmou a postura da Bósnia e Herzegovina, assinalando que "as manobras contradizem os interesses da república e de sua população", e exigiu respeitar a decisão soberana da entidade quanto à neutralidade militar. 

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Em entrevista à Sputnik Sérvia, a especialista em ciências políticas Jelena Vukoicic indicou que neste ano, na Bósnia e Herzegovina estão agendadas eleições presidenciais, por isso os EUA com seus aliados europeus estão agora maximamente interessados em desacreditar Milorad Dodik, bem como minar os interesses da República Sérvia.

"Estamos vendo que a pressão sobre a República Sérvia da Bósnia e sobre Dodic está aumentando […] Nesta pressão não há nada de novo, contudo, nunca foi tão forte como neste ano. A meu ver, os EUA e aliados resolveram impedir outra vitória de Dodic [nas eleições à presidência], custe o que custar", afirmou.

De acordo com ela, "toda essa história das manobras deve ser entendida no âmbito das aspirações da OTAN à hegemonia total na região e, para isso, é preciso que a Bósnia e Herzegovina ingresse na aliança".

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"Temos ouvido repetidamente declarações de políticos bósnios, bem como de representantes oficiais da OTAN de que a Bósnia e Herzegovina deve acelerar o processo de integração euroatlântica", recordou a analista.

Segundo ela, as intenções da OTAN de organizar as manobras no território da República Sérvia da Bósnia têm a ver com seu plano de desestabilizar maximamente a situação no país, bem como de impedir a reeleição de Dodic para a presidência, já que é exatamente a figura de Dodic que representa o maior "obstáculo" à integração do país na OTAN.

De acordo com o direito internacional, as manobras não podem ser aprovadas sem o consentimento da República Sérvia. Por outro lado, a função de Comandante Supremo das Forças Armadas da Federação é exercida pela presidência bósnia em Saraevo. Devido à complexidade do sistema judicial da Bósnia e Herzegovina, a questão das manobras no território da república permanece aberta.

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Em abril deste ano, quando a OTAN mencionou pela primeira vez os planos de efetuar manobras no território da República Sérvia, o portal Dnevnik escreveu que no decorrer dos exercícios podem ser usados projéteis com urânio empobrecido. O vice-ministro da Defesa da Bósnia e Herzegovina, Boris Jerinic, desmentiu esta informação. No entanto, Milorad Dodik não alterou a sua posição negativa relativamente aos planos da OTAN. 

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