Analista sobre conceito de ataque global americano: é melhor pensarem na segurança

© AP Photo / Foto de arquivo, Força Aérea dos EUA Lançamento de míssil balístico Minuteman III (foto de arquivo)
Lançamento de míssil balístico Minuteman III (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Os Estados Unidos temem a reação da Rússia aos mísseis sobrevoando seu território. Cientista político acredita que chegou a hora de Washington mudar de planos.

Os EUA estão estudando os possíveis problemas relacionadas com a concepção de Ataque Global Imediato (Prompt Global Strike), de acordo com um relatório do centro de pesquisa do Congresso americano, citado pelo RT.

Segundo esta concepção, Washington deve ter a possibilidade de atacar qualquer alvo no planeta em uma hora. Ao mesmo tempo, teme-se que, em caso de lançamento de mísseis convencionais contra um inimigo convencional, a Rússia e China possam pensar que os EUA utilizaram mísseis nucleares e responder.

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Para diminuir os riscos de "mau entendimento" entre a Rússia e os EUA, o documento propõe avisar com antecedência Moscou antes de um lançamento de míssil sem ogiva nuclear. Outra opção que Washington está considerando é criar uma linha especial de comunicação após um tal lançamento.

O cientista político militar Andrei Koshkin comentou o sistema elaborado por Washington ao serviço russo da Rádio Sputnik. O analista acredita que seria mais lógico negociar o assunto em vez de resolver como avisar sobre os lançamentos.

"Os EUA planejam lançar um ataque contra um país que não dizem qual é, mas os mísseis devem por alguma razão sobrevoar o território russo. Daí a pergunta: será que há mesmo necessidade de lançar tais ataques?", pergunta-se Koshkin.

Para ele, Washington precisa mudar seus planos e pensar mais em segurança do que em um bom ataque.

"É um sinal que chegou a hora de mudar radicalmente suas intenções e pensar mais na segurança do que em um ataque rápido e bem realizado contra um país", constatou.

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Segundo Koshkin, hoje em dia a situação geopolítica está tão tensa que quase todos os países se preocupam com o aumento da segurança. Enquanto os políticos continuam escalando as tensões com suas ações, os militares tentam evitar um potencial cenário trágico. O recente ataque à Síria não é exceção.

"O plano do ataque à Síria tinha três opções: a mais dura, que previa atacar as instalações russas, foi rejeitada graças, em primeiro lugar, às insistências dos militares. É que os militares entendem melhor do que os políticos as possíveis consequências trágicas de uma decisão política imponderada", opinou o analista.

Em 14 de abril, EUA, França e Reino Unido lançaram ataques aéreos contra a Síria em resposta ao alegado uso de armas químicas nos arredores de Damasco, em Douma. Os aliados dispararam mais de 100 mísseis, mas a maioria foi interceptada pelos sistemas sírios de defesa antiaérea. As forças russas não participaram da intercepção, mas monitoraram todos os lançamentos.

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