Atração fatal: o que empurra jovens alemãs para os braços do Daesh?

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Linda Wenzel, de 16 anos, se converteu ao islã na sua cidade natal, no leste da Alemanha. A jovem fugiu de casa para se unir aos jihadistas depois de ter sido treinada on-line por um recrutador do Daesh.

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A Sputnik Alemanha tentou esclarecer como se realiza um processo assim, desde a radicalização na Alemanha até à decisão de combater junto do Daesh, organização terrorista proibida na Rússia e outros países.

"O efeito Romeo": a radicalização começa na Alemanha

Segundo Birgit Ebel, ativista de Herford (Alemanha) e fundadora da iniciativa "Extrem dagegen!" ("Definitivamente contra!"), há vários impulsos para as jovens radicalizadas.

"Pode-se tratar de uma menina de uma família muçulmana rigorosa que, de repente, se torna muito mais religiosa do que exigem seus pais e irmãos. Em seguida, busca contatos com salafistas radicais [movimento ultra-ortodoxo do Islã], com os quais se pode contatar na Internet sem qualquer problema", comentou.

Outra opção hipotética pode ser a crise de personalidade de uma jovem europeia a que a família não preste muita atenção.

Na mesquita, os adolescentes já radicalizados começam falando com essa jovem. Birgit Ebel fala do "efeito Romeo": os homens sabem que as mulheres querem se casar e podem exercer influência sobre as meninas prometendo casamento.

"Baseamo-nos no fato que na Alemanha há mais de 650 islamistas potencialmente perigosos, alguns dos quais são muito jovens", ressalta a ativista.

Até à "toca do lobo" por 25 euros

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Primeiro, as meninas chegam à Turquia, onde as esperam salafistas, que logo as transportam aos territórios cheios de terroristas, como o Iraque e a Síria, assegura Birgit Ebel.

O ponto de transbordo é a cidade turca de Gaziantep, situada a 12 horas de carro de Istambul, no sul da Anatólia. A cidade se encontra a 50 quilômetros da fronteira com a Síria. De Gaziantep, um táxi até à Síria custa apenas 25 euros. Além disso, a fronteira turco-síria é comprida e difícil de controlar.

Tarefas para as europeias no Daesh

Claro que nada de bom espera as emigrantes entre os jihadistas. Podem ser utilizadas como escravas sexuais, embora algumas recebam tarefas mais exclusivas, como policiais dos costumes para fazer cumprir as estritas normas do islã. Outras podem lutar nas fileiras do Daesh ou trabalhar no aparelho de propaganda dos radicais.

De acordo com Birgit Ebel e outros especialistas, a única maneira de solucionar o problema é uma correta formação escolar e universitária na Europa. Apenas através educação se pode fazer as jovens entenderem o que realmente significa o islã radical e quais são seus perigos.

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