Rússia e China dizem que EUA criaram sua própria armadilha norte-coreana

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Numa sessão do Conselho da Segurança da ONU, a Rússia apelou a todos os Estados-membros para apoiarem a iniciativa de Moscou e Pequim para resolução da crise na península coreana. Esta iniciativa foi uma resposta ao ultimato dos EUA sobre a Coreia do Norte.

A questão da crise em torno da península coreana é uma das mais discutidas na agenda internacional. O país asiático realiza frequentemente provocações muito notórias, como a condenação à pena de morte da ex-presidente da Coreia do Sul, ou como os regulares testes de mísseis.

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Os últimos testes, realizados recentemente, foram bem-sucedidos, o que aproximou a Coreia do Norte do ponto de não retorno. Este ponto é a criação de um míssil balístico intercontinental que seja capaz de alcançar a Califórnia, bem como a criação de uma carga nuclear compacta que possa ser instalada nesse míssil. Se isto for realizado, o plano militar para lidar com o problema da Coreia do Norte pode se tornar real.

Os americanos percebem que Pyongyang até agora ainda não atravessou a linha vermelha. Eles também percebem que as sanções introduzidas contra a Coreia do Norte não dão certo, porque Kim Jong-un as usa para provar ao povo que não tem medo dos "malditos imperialistas".

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Os EUA promovem estas provocações ameaçando com uma guerra, ou pelo menos com sanções, escalando assim o conflito.

Caso a China apoiasse a solução dos EUA para a crise em questão, o regime norte-coreano se desmoronaria. Isto provocaria um fluxo de refugiados norte-coreanos para a China, surgiria um risco que fanáticos obtenham tecnologias nucleares, aconteceria o desmoronamento do exército norte-coreano, e finalmente surgiriam bases norte-americanas perto da fronteira chinesa. Mas recusando apoiar esta resolução a China vai enfurecer os EUA.

A China e a Rússia elaboraram uma variante alternativa – um roteiro de compromisso para sair desta crise. A solução é congelar os testes de mísseis norte-coreanos e seu programa nuclear e fazer parar os exercícios provocativos dos EUA juntamente com a Coreia do Sul.

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Os Estados Unidos percebem que este roteiro russo-chinês não só ajudará resolver a crise, mas também vai diminuir a influência dos EUA na Ásia Oriental ao enfraquecer a aliança entre norte-americanos e sul-coreanos. Por isso, os EUA recusam seguir este plano, o que de fato significa que Washington se recusa a resolver o problema usando os meios diplomáticos.

Gevorg Mirzoyan, professor do Departamento de Ciências Políticas da Universidade de Finanças do Governo da Rússia, para a agência Sputnik.

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