A fronteira da Venezuela com a Colômbia também está fechada por igual período, segundo o cônsul-adjunto venezuelano em Roraima, José Martínez. A alegação do Presidente Nicolás Maduro é de que quadrilhas estão retendo notas de 100 bolívares para fazer o câmbio na Venezuela e lucrar com a troca. O Governo venezuelano tem feito veementes apelos à população do país para que detentores destas notas procurem os bancos e façam a troca por cédulas de outros valores. Maduro argumenta que o sequestro das notas de 100 bolívares pelos especuladores provocou o seu desaparecimento na Venezuela.
Decreto oficial do Governo venezuelano determinou o fechamento da fronteira por 72 horas com o argumento de "combater as máfias" que fazem contrabando da moeda nacional e também de alimentos e outros insumos que estão em falta no país.
Maduro, que acusa grupos da Colômbia e do Brasil de guardar papel-moeda da Venezuela para retirar a oferta das cédulas em circulação, diz que estas organizações querem desestabilizar a economia venezuelana. Segundo o presidente, uma organização não governamental dos Estados Unidos estimula o que chama de máfia em atuação contra os interesses da Venezuela.
Em seu programa de televisão do último domingo, Nicolás Maduro disse à nação venezuelana ter decidido "tirar de circulação as cédulas de 100 bolívares nas próximas 72 horas e dar um prazo prudente para que os que possuam cédulas de 100 bolívares o declarem perante os bancos públicos e perante o Banco Central".
A Venezuela enfrenta grave crise financeira e a sua moeda vem perdendo valor com a alta inflação. Um dólar equivale a 670 bolívares. O Banco Central da Venezuela lançou recentemente papel-moeda nos valores de 20 mil, 10 mil, 5 mil, 2 mil, mil e 500 bolívares, e três moedas, de 100, 50 e 10 bolívares.
Para o Coronel Edivaldo Amaral, secretário estadual de Defesa Civil de Roraima, o fechamento da fronteira entre Venezuela e Brasil só agravou os problemas dos dois países:
"Temos um fluxo migratório muito grande de venezuelanos para Pacaraima, em Roraima. E, com a interrupção deste fluxo, o comércio local já sente o impacto na queda do movimento. Isto deixa os comerciantes preocupados com o funcionamento de suas lojas, e os venezuelanos que conseguiram emprego aqui estão ameaçados de perder suas colocações. Nós criamos um Centro de Referência para Atendimento aos Migrantes da Venezuela, mas também temos nossos problemas para enfrentar. O Governo Federal ainda não enviou qualquer ajuda para a Governadora Suely Campos (PP), e somente os recursos estaduais são insuficientes para atender às necessidades de brasileiros e venezuelanos que se encontram em Pacaraima."
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