A Prefeitura e o governo do Rio tem intensificado as ações de combate aos focos do mosquito pela cidade e estado. As instalações onde serão realizadas as provas olímpicas, por exemplo, foram tratadas contra o mosquito transmissor.
Em entrevista exclusiva para Sputnik Brasil, o infectologista e diretor do Instituto de Pediatria da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Edimilson Migowski, explicou que o pânico em torno do zika vírus, a principal preocupação do governo brasileiro hoje, teve início na Copa do Mundo em 2014, quando a doença chegou ao país. “Na verdade, o pânico se deve por conta da entrada desse vírus em 2014 no Brasil, na Copa do Mundo. O vírus entrou e encontrou infelizmente duas situações muito favoráveis para sua disseminação: o vetor, que é o mosquito, e uma população totalmente vulnerável a esse tipo de vírus. Até então, era um vírus que não circulava pelo Brasil e nas Américas. Nós importamos o vírus em 2014, e agora em 2016, por conta do descontrole no combate ao vetor, ao mosquito Aedes Aegypti, vamos exportar o problema para vários outros países nos quais o Aedes também predomina.” O Infectologista alerta que pelo menos 1/3 da população mundial se encontra em área de risco para doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti. “Porque o Aedes está espalhado pelo mundo todo. O Aedes ou outro tipo de mosquito que se assemelha a ele e que tem a mesma competência de transmitir várias viroses, como os quatro tipos de dengue, chikungunya, zika, febre amarela, mayara vírus e alguns outros vírus, com os quais não temos muita experiência no Brasil. Desta forma, onde tem mosquito existe potencial para a transmissão desses vírus. Por isso que acabamos, nesse momento, sendo um terreno fértil para a disseminação da doença.”Edimilson Migowski teme que, com o grande fluxo de pessoas de vários países durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos no Rio de Janeiro, o vírus se expanda cada vez mais para o mundo. “O temor que eu tenho é que, com esse afluxo de pessoas muito grande do mundo inteiro para o Rio de Janeiro, se tenha mais pessoas aqui sendo picadas pelo Aedes e levando para suas regiões, para as suas casas, o vírus no corpo. E aí, lá no seu país de origem, poderá ser picada pelo Aedes e perpetuar ou introduzir o vírus nesses novos países e disseminar o vírus pelo mundo inteiro.”
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