Opinião: política de Poroshenko leva Merkel e Hollande ao desespero

© Foto / Photohost-agency / Acessar o banco de imagensAngela Merkel e François Hollande
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O historiador norte-americano e professor de estudos russos da Universidade de Princeton e Universidade de Nova York, Stephen Cohen, acredita que o presidente da Ucrânia, Pyotr Poroshenko, é um líder extremamente fraco e terá um fim trágico.

O comentário do professor se deu durante um programa do apresentador norte-americano John Batchelor, e foi relacionado ao recente encontro de Poroshenko com a chanceler da Alemanha Angela Merkel e o presidente da França François Hollande, em Berlim, para discutir questões relativas à regulação da crise ucraniana.

Chanceler da Alemanha Angela Merkel, presidente da França François Hollande e presidente da Ucrânia Pyotr Poroshenko durante encontro em Berlim - Sputnik Brasil
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Na opinião de Cohen, o fato de o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não ter sido convidado para participar desse evento, comprova que Merkel e Hollande queriam “repreender Poroshenko”, o que não seria possível mediante a presença do líder russo.

O professor norte-americano tem a certeza de que Kiev é o maior culpado pela violação dos acordos de Minsk, infringindo, em particular, dois pontos deste documento. O primeiro, segundo ele, está ligado à falta de conversações diretas com os líderes de Donetsk e Lugansk, enquanto o segundo, com a violação da trégua na zona de conflito em Donbass.

Cohen destaca, no entanto, que o acordo de cessar-fogo é violado por ambos os lados, porém com uma maior frequência por Kiev.

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O historiador supõe que, pessoalmente, Poroshenko gostaria de cumprir os acordos de Minsk, já que, para ele, trata-se do único caminho viável. Sem qualquer preparo para atuar como um líder militar, Poroshenko não é um homem da guerra, mas sim um empresário. No entanto, pressionado e ameaçado por representantes das forças de extrema-direita do país, ele é impedido de fazer quaisquer concessões.

Na opinião de Cohen, a violação do cessar-fogo por Kiev é um fato que leva Merkel e Hollande ao desespero, assistindo à ruína de seus acordos de Minsk e vendo aumentar as perspectivas para o reinício de uma guerra na Ucrânia.

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O especialista destacou igualmente as declarações de Merkel ao fim do encontro em Berlim, em que ela garantiu repassar os resultados da reunião para Putin “pessoalmente e por telefone”. A chanceler não descartou a realização de um novo encontro no “formato de Normandia” (Rússia, Ucrânia, França e Alemanha). Para o professor, a possibilidade dessa reunião acontecer depende do êxito de Merkel e Hollande em pressionar Poroshenko.

E a opinião de Stephen Cohen parece coincidir com a visão do ministro da Relação Exteriores russo Sergei Lavrov, que recentemente expressou esperanças de que o encontro em Berlim tenha tido um caráter educativo para Kiev.

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