Opinião: China entrou em fase de defender seus interesses perante EUA

© AP Photo / Andy WongBandeiras da China e dos EUA
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A aviação chinesa expandirá a sua zona de controle para toda a parte ocidental do Oceano Pacífico, chegando até as bases norte-americanas, que serão alvejadas em caso de agressão – diz um relatório secreto da Academia da Força Aérea da China.

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O documento, enfatizando a prontidão da China para "repelir intervenções", foi entregue por fontes anônimas ao portal chinês Kyodo News. Além dos EUA, também figuram nele, como potenciais ameaças à China, países como Japão, Índia, Taiwan e Vietnã.

Entrevistado pela Sputnik, o diretor do Centro de Pesquisas Russo-Chinesas da Faculdade de Jornalismo da Universidade Estatal de Moscou, Evgeniy Zaytsev, acredita que a publicação desse tipo de relatório secreto não trata de um vazamento de informação, mas, provavelmente, de um evento planejado.

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"Se analisarmos a história de vazamentos por parte dos militares chineses nos últimos dez anos, veremos que, provavelmente, esse vazamento é deliberado. Simplesmente, a China declarou estar entrando numa nova fase de defesa de seus interesses, relativa ao acúmulo de seu potencial econômico e militar. Isso significa também o futuro desenrolar da doutrina militar da China, e a transição de uma defesa passiva para uma proteção de interesses fora dos limites da costa chinesa. Além disso, isso também sinaliza a implementação de uma doutrina de política externa anunciada tempos antes, prevendo que as relações entre todos os países devem ser construídas em pé de igualdade, e que uma hegemonia por parte de qualquer país é simplesmente inaceitável" – disse o especialista.

Ele acredita que em suas próximas ações a China tentará declarar os seus interesses para os EUA.

"É um passo bastante lógico, já que as declarações feitas por Obama no início de seu governo não tiveram quaisquer consequências. Não houve uma melhora concreta nas relações entre China e EUA. O fornecimento de armas para Taiwan continua. Uma série de outras coisas mostra que os EUA prometeram muita coisa, mas fizeram pouco. E agora a China está no direito de declarar seus interesses de maneira mais firme e concreta" – explicou Evgeniy Zaytsev.

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No entanto, o especialista não acredita no cenário de uma confrontação direta entre os dois países.

"Fica totalmente claro que o potencial militar da China não está em pé de igualdade com os EUA. E que, numa confrontação militar direta, os americanos, provavelmente, levariam a melhor, apesar de que, talvez, esta pudesse se revelar uma "vitória de Pirro" [vitória obtida a alto preço]. Além disso, existe uma relação de interesses econômicos. Ambos os países entendem que os prejuízos causados às suas economias por uma confrontação militar direta seriam incomparáveis a quaisquer benefícios ilusórios" – concluiu Evgeniy Zaytsev.

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