Opinião: consequências de Fukushima levarão 100 anos para ser eliminadas

© AP Photo / Shizuo Kambayashi, PoolA part of the roof of a building covering the Unit 1 reactor, left, is seen removed at the Fukushima Dai-ichi nuclear power plant in Okuma, Fukushima prefecture, northeastern Japan, Wednesday, Nov. 12, 2014
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O especialista norte-americano da organização sem fins lucrativos Fairewinds Energy Education e engenheiro nuclear Arnold Gundersen acredita que a eliminação das consequências do acidente na central nuclear de Fukushima levará mais tempo do que os 30 anos previstos pela Tokyo Electric Power (Tepco – a empresa que administra a usina).

Gundersen lembrou que o problema do vazamento de água radioativa da central está longe de ser resolvido e tem se tornado mais grave com o tempo.

"Se o processo de desmantelamento dos reatores foi completado na usina de Fukushima? Se todos os problema foram resolvido? Se devemos nos preocupar? A resposta é: não, a catástrofe não terminou, os problemas continuam e nós ainda temos com o que nos preocupar" – revela Gundersen.

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"Três reatores da usina nuclear de Fukushima estão em contato direto com águas subterrâneas. Os desenvolvedores e engenheiros de centrais de energia nuclear nunca levaram isso em conta. Mas o processo ininterrupto de vazamento de água extremamente poluída pela radiação faz com que a eliminação das consequências do acidente seja 100 vezes mais difícil e 100 vezes mais custosa do que no caso da catástrofe de Chernobyl. A liquidação das consequências do acidente de Chernobyl custou três bilhões de dólares, enquanto que Fukushima custará meio trilhão de dólares" – acredita o especialistas.

Na sua opinião, cerca de 300 toneladas de águas radioativa estão escapando para o oceano, o que já levou a um volume total de vazamento equivalente a 23 mil navios petroleiros com líquido contaminado.

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"As empresas de energia japonesas pegaram dezenas de bilhões de dólares em empréstimos junto aos bancos japoneses para pagar os salários dos funcionários dos reatores parados. O único jeito de pagar essas dívidas é reativando a usina nuclear. Minhas fontes no Japão contam que os bancos estão exercendo forte pressão sobre o parlamento japonês para que este aprove a reativação da usina nuclear e para que os investimentos sejam retornados. Pesquisas de opinião pública mostram que a maioria dos japoneses é contrária à reativação da usina, já que a Tepco e o governo japonês tentam fazer de tudo para mostrar que a eliminação das consequ6encias do acidente e o desmantelamento do combustível fundido da central nuclear de Fukushima-1 são realizáveis, apesar de isso ser impossível até mesmo por conta do nível de contaminação radioativa" – afirma Gundersen.

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