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Embaixador brasileiro: Cúpula do BRICS solidificou relações comerciais Brasil-Rússia

Entrevista com Antônio Guerreiro
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A 7.ª Cúpula do BRICS, realizada na semana passada em Ufá, na Rússia, confirmou a necessidade de aumentar a parceria comercial entre Brasil e Rússia. A avaliação é do embaixador brasileiro em Moscou, Antônio José Vallim Guerreiro, em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil.

Sétima cúpula do BRICS, em Ufá, na Rússia - Sputnik Brasil
Declaração de Ufá mostra expansão da agenda do bloco BRICS
O Embaixador Antônio Guerreiro descreve a reunião privada entre a Presidenta Dilma Rousseff e o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, no âmbito da Cúpula do BRICS: “Foi uma conversa bastante longa. Foram discutidos vários assuntos da pauta bilateral nas áreas cultural, econômica e comercial. Os presidentes concordaram que há um potencial muito grande para aumentar o comércio entre os dois países. Afinal, nós somos grandes economias, e o nosso comércio tem tudo para chegar a US$ 10 bilhões em ambas as direções (no momento está em torno de US$ 6 bilhões). Foi uma conversa produtiva e bem positiva.”

De acordo com o embaixador, o resultado da Cúpula está bem expresso na ampla Declaração de Ufá, em setores econômicos, políticos e comerciais, além de todas as questões relativas à governança global. Ele destaca a assinatura de acordos de parceria econômica entre os países-membros do bloco, um acordo de cooperação na área de cultura e um memorando de entendimento sobre a criação de um site conjunto dos BRICS.

Ministro do Desenvolvimento Econômico da Rússia, Aleksei Ulyukayev - Sputnik Brasil
BRICS saem vencedores da guerra das sanções
Antônio Guerreiro destaca ainda o lançamento do novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, aprovado na 6.ª Cúpula do bloco, que aconteceu no ano passado, em Fortaleza. “É importante mencionar que agora se vislumbra o início da entrada em operação do novo Banco. E de acordos assinados pelas presidências do Banco Central e do BNDES, junto com os bancos nacionais de desenvolvimento dos outros países, de cooperação com o Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS. Os Parlamentos dos 5 países ratificaram o estatuto do Novo Banco e do Arranjo Contingente de Reservas. Portanto, nós temos um horizonte temporal mais ou menos definido para que ambas as instituições possam passar a funcionar em termos concretos.”

O Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS vai ter sede em Xangai, na China. O primeiro presidente é um financista da Índia, e os demais membros dos BRICS terão vice-presidentes, com o Brasil sendo representado pelo economista Paulo Nogueira Batista Júnior, ex-diretor-executivo do FMI.

Já quanto ao Acordo Contingente de Reservas, o Embaixador Antônio Guerreiro explica que ainda não foi pensada uma sede para o fundo emergencial dos membros do BRICS. “O assunto ainda não foi devidamente aprofundado. Não houve ainda uma definição quanto à necessidade de haver uma sede para o Contingente de Reservas. Havia uma ideia de sediá-lo no Rio de Janeiro, mas os indianos também gostariam de tê-lo lá. É um assunto que ainda vai continuar a ser discutido, ainda não há uma decisão quanto a haver uma sede, e, se houver, onde será. Mesmo porque esperemos que não seja necessária a utilização desse Arranjo Contingente de Reservas.”

Base de Alcântara. - Sputnik Brasil
Brasil e Rússia ampliam parceria aeroespacial na 7.ª Cúpula do BRICS
Durante a 7.ª Cúpula do BRICS, na Rússia, vários eventos paralelos de negócios foram realizados. Antônio Guerreiro destaca, por exemplo, o encontro entre os ministros da Agricultura do Brasil, Kátia Abreu, e da Rússia, Aleksandr Tkachev. No encontro, os dois países acertaram o restabelecimento da exportação de carnes brasileiras e de produtos lácteos do Brasil para os russos, e a importação de trigo e pescados da Rússia para os brasileiros. “Foi um entendimento entre os dois países. Agora cabe aos empresários propriamente ditos o fechamento dos negócios. O que existe é uma boa vontade de liberar de parte a parte a introdução desses produtos nos respectivos territórios. Eu espero que isso possa render frutos num futuro breve.”

O Embaixador Antônio José Vallim Guerreiro destacou ainda as ações culturais entre Brasil e Rússia, após a realização, em 2014, do Ano do Brasil na Rússia, que contou com diversas manifestações. E, finalmente, o diplomata informa que em outubro deste ano as relações entre os dois países vão se estreitar de novo, com a realização do já tradicional Festival de Cinema Brasileiro em Moscou, o qual também deverá ser levado para São Petersburgo.

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