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China ouve think tanks dos países BRICS discutirem em Pequim o futuro do bloco

© Sputnik / Alexey Babushkin / Acessar o banco de imagensPequim, China
Pequim, China - Sputnik Brasil
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Evento do Centro de Intercâmbio Cultural Internacional da China realizado em Pequim reuniu institutos independentes de pesquisas dos cinco países BRICS. O economista Roberto Fendt, diretor-executivo do Cebri e um dos palestrantes brasileiros, falou sobre o encontro com exclusividade para a Sputnik Brasil.

Além do Cebri – Centro Brasileiro de Relações Internacionais, estiveram representados na reunião dos think tanks do BRICS o IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República do Brasil; o DRC e a Research Foundation de Mumbai, da Índia; o Instituto de Economia da Academia de Ciências da Rússia; e o IGD – Institute for Global Dialogue, órgão de pesquisa independente da África do Sul.    

Organizado por duas instituições chinesas – o instituto que trata das pesquisas da Academia de Ciências Sociais da China e a instituição China International Cultural Exchange Center –, o encontro discutiu o futuro do BRICS, tentando responder a perguntas do tipo: Como estão os BRICS? Quais são os seus desafios? E que oportunidades há para serem exploradas pelo bloco?

Roberto Fendt foi moderador de um painel de debates de nível acadêmico, mas que, segundo o economista brasileiro, se marcou por “uma óbvia preocupação das duas organizações chinesas de informar o Governo da China sobre o ponto de vista de representantes de think tanks dos outros países membros do BRICS”.

 

A seguir, a entrevista exclusiva com o diretor-executivo do Cebri.

 

Sputnik: Qual o interesse dos chineses na opinião desses especialistas dos outros BRICS?

Roberto Fendt: Cada país tem pontos de vista diferentes. Os chineses estão habituados a lidar com outros governos, mas querem ouvir opiniões independentes, de terceiros. Eu acho que isso foi muito interessante, porque foi uma conversa bastante franca de todos nós, e eu aprendi bastante sobre como os chineses visualizam as questões. Espero que eles tenham igualmente aprendido conosco.

S: Por parte dos governos, houve algum representante, apoio oficial, ou foi uma iniciativa privada?

RF: A Academia de Ciências da China é um órgão de governo, da mesma maneira que a da Rússia. Mas nada lá foi tido como algo de governo. Esse órgão da Academia é de natureza acadêmica, ele assessora, é como se fosse o nosso IPEA, só que é uma coisa imensa e com enorme influência. Na abertura dos trabalhos estava o presidente da Comissão de Orçamento do Congresso da China. Isso dá uma dimensão política muito importante. Ele participou do primeiro painel de debates, escutou nosso ponto de vista – nosso, digo, dos representantes dos demais países BRICS – e certamente levou essa informação para o Congresso chinês. Isto para nós foi motivo de certo envaidecimento, porque eu participo de reuniões dessa natureza em vários lugares do mundo mas nunca tinha estado presente numa reunião dessas com uma pessoa de nível tão alto. É uma pessoa que faz parte da liderança do Partido Comunista Chinês, e além disso está na Comissão de Orçamento, é a pessoa que distribui o dinheiro. E, ao fazer isso, ele obviamente conversa com terceiros, e certamente é bom saber que BRICS é um assunto que está na cabeça da Comissão de Orçamento do Congresso chinês. Foi extremamente interessante, muito útil, e me permitiu ter percepções importantes a respeito do futuro.

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