Especialista acredita em favoritismo de Hillary Clinton, mas não em mudanças nos EUA

© REUTERS / Mike Segar Hillary Clinton, ex-secretária de Estado dos EUA e pré-candidata à presidência do país
Hillary Clinton, ex-secretária de Estado dos EUA e pré-candidata à presidência do país - Sputnik Brasil
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Em entrevista à Rádio Sputnik nesta segunda-feira, Antônio Gelis, professor de Geopolítica e Relações Internacionais da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo, falou sobre o que pode representar para a política americana a candidatura prévia da democrata Hillary Clinton à presidência dos EUA.

No último domingo, a ex-primeira dama e ex-secretária de Estado anunciou oficialmente sua intenção de se tornar a primeira mulher a comandar o país, depois de perder a corrida pela candidatura, dentro do Partido Democrata, em 2008, para o atual presidente, Barack Obama. Segundo Gelis, esse anúncio não foi recebido com surpresa por ninguém, e, em última análise, não representa algo novo ou um motivo de esperança, já que dá continuidade a uma disputa entre duas oligarquias que se formaram nos Estados Unidos nos últimos anos, refletindo a crescente “disfuncionalidade política” de Washington. De acordo com ele, qualquer americano com menos de 52 anos de idade nunca votou em uma eleição na qual não tivesse um Clinton ou um Bush como candidato a presidente, a vice-presidente ou a membro do governo em formação. E Hillary é uma pessoa que faz parte desse tipo de política, ou dessa “disfuncionalidade política”. 

“Nós temos duas verdadeiras oligarquias políticas que se formaram nos Estados Unidos e que, na minha opinião, são o retrato de uma crescente disfuncionalidade política daquele país, caracterizada pela incapacidade dos políticos de representar a população”, disse o professor, acrescentando que não vê possibilidades de haver mudanças em um eventual governo da ex-secretária de Estado.

Apesar do poder republicano nas eleições legislativas dos EUA, o especialista da FGV acredita que as chances de Hillary Clinton na disputa pela presidência são muito grandes. Em primeiro lugar, porque a “realidade demográfica” do país, com um crescente número de hispânicos e de outros grupos que não se sentem representados ou ligados ao capital e que dependem da ajuda do governo, favorece os democratas, e, além disso, porque “os pré-candidatos republicanos estão longe de empolgar”, mesmo levando em consideração a grande quantidade de pessoas que não têm qualquer simpatia pela ex-primeira-dama.  

“Ainda me parece que os fatores demográficos e étnicos dentro dos Estados Unidos decidirão a eleição. Ainda acho que a Hillary é a grande favorita. Não nos esqueçamos, no entanto, que ela conta com muita rejeição”. 

 

 

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