- Sputnik Brasil
Notícias do Brasil
Notícias sobre política, economia e sociedade do Brasil. Entrevistas e análises de especialistas sobre assuntos que importam ao país.

Moniz Bandeira vê participação americana em processos internacionais de desestabilização

© AFP 2023 / Nelson Almeida / Acessar o banco de imagensProtesto contra a presidenta Dilma Rousseff em São Paulo
Protesto contra a presidenta Dilma Rousseff em São Paulo - Sputnik Brasil
Nos siga no
Em entrevista à Rádio Sputnik, nesta quarta-feira, o cientista político e historiador Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira defendeu a tese de que os Estados Unidos seriam os principais responsáveis pelas atuais demonstrações de insatisfação com os regimes de esquerda do Brasil, da Argentina e da Venezuela.

Para o especialista, os recentes protestos ocorridos no Brasil, por exemplo, seriam mais um instrumento utilizado por Washington para desestabilizar governos progressistas da América Latina, governos que estariam adotando uma série de medidas que contrariam os interesses norte-americanos na região. Medidas como, no caso brasileiro, a criação do Banco dos BRICS e do Arranjo Contingente de Reservas, alternativas do país, junto com Rússia, Índia, China e África do Sul, ao Banco Mundial e ao FMI, instituições sediadas em Washington. 

Segundo ele, é possível verificar a participação dos EUA nos assuntos nacionais não apenas nos protestos do último domingo, pelo impeachment da presidenta Dilma, mas também nas manifestações de 2013, que, como as mais recentes, não teriam sido espontâneas. Ele acredita que, tanto no Brasil como em outros países, a interferência americana, hoje, se dá principalmente através das famosas ONGs, que receberiam apoio de Washington para agravar problemas internos das nações e gerar turbulências e caos. "As ONGs formam hoje uma espécie de sociedade civil. Elas são financiadas pela National Endowment for Democracy (NED), pela USAID e entidades privadas dos Estados Unidos", disse Moniz Bandeira. 

Na sua opinião, essas organizações não governamentais formariam profissionais especializados para atuar junto ao público e empreender guerras de propaganda mundo afora. Esse teria sido o caso da Ucrânia, onde uma série de protestos violentos, supostamente pensados por agentes americanos ao longo de vários meses, levaram à derrubada do presidente Viktor Yanukovych, em fevereiro de 2014.

"É uma guerra de propaganda. Através da internet, da utilização de telefones portáteis, do Facebook etc. Não é só a CIA, não. Hoje, eles estão usando muito mais essas ONGs". 

De acordo com Moniz Bandeira, todos esses movimentos norte-americanos fazem parte de "uma guerra fria generalizada contra a Rússia", em defesa da hegemonia dos EUA. 

"Embora, aparentemente, o dólar esteja forte, há na verdade uma contradição muito grande na economia americana. Porque o consumo, os gastos, o déficit, a dívida pública supera todo mês o Produto Interno Bruto. Então existe um monopólio da moeda de reserva internacional pelos Estados Unidos. E isso eles não querem perder. Putin está desafiando esse monopólio, assim como a China e o Brasil, com a formação do Banco dos BRICS". 

 

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала