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Entidades ligadas ao campo engrossam manifestações nesta quarta, no Grito dos Excluídos

© Marcelo Camargo/Agência BrasilGrito do campo
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Treze entidades ligadas ao campo e aos trabalhadores rurais estão intensificando diversas manifestações pelo país nesta semana do Dia da Independência, a ser comemorado nesta quarta-feira, 7. Os movimentos integram a Jornada de Lutas Unitárias e pedem reformas básicas, eleições diretas e a renúncia do presidente Michel Temer.

Os protestos começaram na madrugada de segunda-feira com a ocupação do prédio do Ministério do Planejamento, em Brasília, onde cerca de dois mil manifestantes vão ficar acampados até a próxima sexta-feira, 9. Nesta quarta-feira, haverá em todo o país a manifestação Grito dos Excluídos, que deve estender a ocupação para outros prédios do governo, como Incra, Ministério da Fazenda, entre outros.

São quatro as principais reivindicações dos movimentos: defesa da soberania nacional, especificamente em proteção ao pré-sal; a não aprovação de lei que permita a venda de terras brasileiras a grupos estrangeiros; a manutenção da Previdência Social sem reformas; e o direito a uma alimentação mais saudável e menos industrializada para os brasileiros. 

Em entrevista à Sputnik Brasil, Débora Nunes, da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) fala sobre os objetivos das manifestações em Brasília e em todo o país.

"Não bastasse esse momento de crise política, em que a gente passa por um golpe de estado, parlamentar, midiático, há uma relação ostensiva em relação à reforma agrária, que está paralisada, não se assentam as famílias acampadas. O TCU paralisou a reforma agrária, bloqueou de forma ilegal 450 mil famílias. Há uma série de demandas de políticas públicas que são necessárias para o campo, desde habitação rural, assistência técnica, programas importantes que viabilizam a comercialização da produção dos assentamentos e da agricultura familiar. Nesse período de governo do Michel Temer, essas políticas têm literalmente sido desmanteladas. Vamos para as ruas dizer que nós não vamos permitir retrocesso, que a reforma agrária seja tratada sem a prioridade necessária que entendemos e pela qual lutamos."

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MST prepara novas ocupações em protesto ao que considera um golpe de Estado

Com relação à defesa do pré-sal e a oposição a mudanças na Previdência Social, dois temas que normalmente não fazem parte das reivindicações dos trabalhadores  rurais, Débora observa que esses assuntos sempre estiveram na agenda de prioridades dos trabalhadores do campo, e que talvez agora estejam mais explicitadas.

"Entendemos que os povos devem ser soberanos. A venda de terras para estrangeiros fere a soberania nacional. Como podemos permitir que terras sejam vendidas para estrangeiros, quando no Brasil pessoas ainda são assassinadas porque lutam pela terra, num país extremamente concentrado, monocultor, agroexportador e que tem gerado uma série de contradições e desestruturado o campo."

Na opinião de Débora, a reforma da Previdência não vem para reestruturar, organizar, muito pelo contrário. 

"É uma proposta que regride e só prejudica o trabalhador. Todo esse debate em torno da Petrobras é muito mais do que querer combater a corrupção, algo que nós também queremos. A verdadeira intenção era fragilizar a Petrobras e fazer a repartição do pré-sal, tanto na exploração quanto na repartição dos recursos."

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