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Deputado Leo de Brito: 'Práticas de Eduardo Cunha não surpreendem'

ENTREVISTA COM DEPUTADO LEO DE BRITO 2 DE 12 07 16
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Em seu blog, o jornalista Fausto Macedo publica a informação de que a Polícia Federal captou conversas telefônicas entre o Deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ex-presidente da Andrade Gutierrez, em que discutiam obtenção de vantagens.

As conversações foram captadas entre os anos de 2011 e 2014, e a sua interpretação levou a PF a concluir que Otávio Azevedo, presidente (hoje afastado) da construtora Andrade Gutierrez, e Eduardo Cunha negociaram parte da Medida Provisória 627 (transformada em lei em 2013). A negociação teria beneficiado montadoras de veículos instaladas no Brasil. Através da Operação Zelotes, a Polícia Federal incluiu essa lei em seu rol de investigações.

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A Operação Zelotes foi deflagrada em março de 2015 para investigar quadrilhas que atuavam junto ao CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão do Ministério da Fazenda. Essas quadrilhas procuravam reverter, atenuar ou mesmo anular multas impostas pelo CARF.

Sobre as revelações apontadas pelo jornalista, com base nas informações da Polícia Federal, Sputnik Brasil ouviu o Deputado Leo de Brito (PT-AC), membro do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, órgão que recomendou ao Plenário da Câmara a cassação do mandato de Eduardo Cunha, por ter mentido à CPI da Petrobras ao negar que tivesse contas bancárias no exterior. Leo de Brito diz não ter se surpreendido com a informação:

“Em se tratando de Eduardo Cunha, nada me surpreende. As técnicas e as habilidades de Cunha são conhecidas há muitos anos, de modo que esta foi mais uma de suas intervenções características. Para nós do Conselho de Ética, vai ficando cada vez mais claro que Eduardo Cunha sempre procurou agir em seu próprio benefício, demonstrando interesses nada republicanos. Cunha sempre agiu para beneficiar determinados setores e, assim, receber as suas vantagens em forma de propinas. Foi assim com a Petrobras e com várias outras maquinações, e o que ele apurou em vantagens financeiras transferiu para o exterior, mantendo contas que ele chama de trusts mas que, na verdade, eram ativos bancários.”

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Segundo Leo de Brito, Eduardo Cunha exercia a sua influência desde antes de assumir a Presidência da Câmara dos Deputados, cargo que exerceu entre 1 de fevereiro de 2015 e 7 de julho de 2016, data em que renunciou ao cargo como estratégia para tentar escapar da cassação do seu mandato. Para o Deputado Leo de Brito, Eduardo Cunha consolidou sua carreira política assim, utilizando o poderio que obteve como parlamentar para se beneficiar das suas próprias práticas. 

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