Maioria de deputados do Parlasul se mostra contrária ao afastamento de Dilma

ENTREVISTA SAGUAS MORAES 2 DE 27 04 16
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As discussões sobre o afastamento da presidente Dilma Rousseff continuam repercutindo no exterior. Nesta terça-feira, 27, em Montevidéu, o Parlamento do Mercosul (Parlasul) discutiu diversos assuntos de cooperação, mas a polêmica do momento político no Brasil dominou boa parte das discussões com deputados se dividindo sobre o tema.

Um dos parlamentares brasileiros presentes ao encontro, o deputado federal Saguas Moraes (PT-MT) conta que da bancada de 18 representantes brasileiros uma pequena maioria se mostrou favorável ao impeachment. Segundo Moraes, o sentimento das bancadas não chegou a ser majoritário, embora a maioria dos congressistas criticassem a possibilidade de afastamento da presidente Dilma por estarem convencidos que ela não incorreu em qualquer crime de responsabilidade, fundamento apresentado pela oposição para levar o pedido à Câmara dos Deputados, onde acabou sendo aprovado.

"O sentimento da bancada não se pode dizer absoluto, porque a da Argentina está dividida entre kirchneristas e aqueles que são ligados a Macri, assim como a da Venezuela, também dividida entre os ligados à atual Assembleia Nacional e ao presidente Maduro. Como todos são países próximos e irmãos, todos acompanham a questão e puderam observar que todas as eleições aconteceram de forma democrática, que o presidente Lula foi eleito e reeleito, a presidente Dilma eleita e reeleita. Todos sabem que a oposição não aceitou o resultado da reeleição da presidente Dilma, e ao longo do tempo tem feito de tudo para inviabilizar o seu mandato, culminando com a votação na Câmara que admite o processo de impeachment."

Moraes afirma também que houve uma manifestação significativa dos membros presentes no Parlasul contra o impeachment.

"Não há crime de responsabilidade e, não havendo crime de responsabilidade o impeachment passa a ser golpe que é a tese que estamos defendendo. Durante o processo de admissibilidade na Câmara em nenhum momento foi citado nenhum tipo de crime por aqueles que defendiam o impeachment. No Parlasul, há um sentimento majoritário dos congressistas contrário ao afastamento, mas sem manifestações, à exceção da bancada da Argentina que se manifestou com cartazes, parte da bancada da Venezuela e do Brasil."

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Também presente à sessão, o deputado federal Renato Molling (PP-RS), um dos nomes investigados na Operação Lava Jato, defendeu o afastamento da presidente, alegando que o Brasil tem vivido momentos difíceis e a política está falhando em seu objetivo de melhorar a vida das pessoas.

"Hoje temos mais de dez milhões de desempregados e um governo sem crédito e sem credibilidade e isso impede o desenvolvimento do país. As pessoas estão insatisfeitas e o processod e impeachment é legitimo."

Assim como seu colega de bancada do PT, o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) voltou a afirmar que o impeachment para ser aceito requer a existência de um crime de responsabilidade.

"Não há crime de responsabilidade no caso de Dilma Rousseff."

Ao final da sessão, a deputada Mariana Zuvic, da Frente Mudança, que deu apoio à eleição do presidente Maurício Macri, infromou a formação de um novo grupo político denominado Integração Democrática, que será integrado por parlamentares de Argentina, Brasi, Venezuela e Uruguai que lutará institucionalmente para que se deixe de lado as diferenças ideológicas e sectárias em prol do desenvolvimento dos países.

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