Governo Macri vai pedir a volta das missões do FMI

© Stephen Jaffe/ IMFCristine Lagarde, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI)
Cristine Lagarde, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) - Sputnik Brasil
Nos siga no
As missões do Fundo Monetário Internacional (FMI) devem voltar em breve à Argentina, a pedido do Governo. O retorno foi confirmado, na Suíça, pelo ministro da Fazenda, Alfonso Prat Gay, que integra a comitiva do Presidente Mauricio Macri no 46.º Foro de Davos. O objetivo das missões seria “inspecionar” a economia local.

O Artigo 4.º do Regimento do FMI prevê que funcionários do órgão podem realizar inspeções nas contas de empresas e sindicatos, bem como recomendar ações que julgar necessárias para melhor condução da economia do país inspecionado.

Em entrevista a jornalistas na cidade suíça de Davos, Alfonso Gay justificou o retorno como forma de dar mais transparência à administração do novo Governo e pelo fato de que “o organismo não faz recomendações à Argentina desde 2006”. Ainda no ano passado, porém, o FMI cobrou publicamente do Governo da então Presidente Cristina Kirchner maior visibilidade sobre o índice de inflação e o Produto Interno Bruto (PIB), e deu novo prazo, até julho deste ano, para que as mudanças sejam feitas.

Joaquim Levy e Nelson Barbosa, durante coletiva de imprensa, após entregarem o orçamento de 2016 - Sputnik Brasil
Exclusivo: Otaviano Canuto, diretor do FMI, elenca desafios da economia brasileira

Os números da inflação argentina dividiram economistas durante todo o mandato da Presidente Cristina Kirchner. No ano passado, por exemplo, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), a alta de preços foi de 23,9% em 2015, mas algumas consultorias privadas estimam que o índice tenha sido de 38,5%.

Com relação ao FMI, os números sobre a pobreza mostram grandes reduções em relação aos 13 anos de período dos Governos kirchneristas – do primeiro mandato de Néstor Kirchner, em 2003, aos dois últimos, de Cristina Kirchner. No fim da gestão do Presidente Carlos Menem (1989-1999), a política neoliberal deixou o índice de pobreza no país em 54%, índice que baixou para 40,2% na administração de Néstor Kirchner e a 4,7% em 2013, segundo o Indec.

A Argentina também está solicitando à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que se integre como membro pleno da entidade, e que seja revista a qualificação do país, para que possa voltar a pleitear novos créditos junto ao Clube de Paris.

Em outra ponta diplomática, o Presidente Mauricio Macri cumpre uma extensa agenda de encontros com presidentes de grandes multinacionais e investidores, a fim de obter novos aportes para a economia argentina. Na agenda de Macri, além da OCDE estão previstas reuniões com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jack Lew, e com integrantes do próprio FMI.

 

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала