Opinião: nova estratégia militar dos EUA enterra qualquer chance de cooperação com Rússia

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Especialistas acreditam que as declarações do secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, sobre a prioridade de competir com Rússia e China ao invés de combater o terrorismo tem graves implicações para o futuro das relações entre Moscou e Washington.

A nova estratégia militar dos EUA, divulgada na última sexta-feira, determina que a China, Rússia, Coreia do Norte e Irã são países concorrentes de Washington.

O secretário de Estado destacou que os EUA enfrentam ameaças crescentes de diferentes poderes revisionistas, incluindo a Rússia e a China. No que diz respeito à estabilidade global, Mattis citou a Coreia do Norte e o Irã como as principais ameaças. 

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O professor de Economia e Política Mundial da Escola Superior de Economia da Federação Russa, Andrei Suzdaltsev, disse à Sputnik que "as declarações [do Pentágono] basicamente enterram as esperanças de Moscou concordar com Washington na luta contra o terrorismo internacional, não é mais uma prioridade para eles". 

"Os Estados Unidos declararam abertamente que, uma vez que a Rússia se comporta de forma insolente, está desmantelando seu mundo unipolar, e é por isso que Moscou é o seu principal rival", acrescentou.

O especialista afirma também que, quanto ao terrorismo, "ficou claro há algum tempo que, na Síria, a coalizão antiterrorista liderada pelos EUA não procura derrotar grupos terroristas, mas vê o Irã, o governo sírio e a Rússia como seu principais rivais. 

Já o presidente da Academia de Problemas Geopolíticos da Federação Russa, o coronel-general Leonid Ivashov, destaca uma retórica relativamente menos agressiva em relação à China.

"A estratégia dos EUA, acima de tudo, é dirigida contra a Rússia, a China permanecerá em segundo plano no momento: enquanto Moscou tiver seu potencial nuclear, os EUA não vão se meter com a China", disse.  

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O analista militar argumenta que as ferramentas de pressão militar serão acompanhadas por um "sufocamento econômico" através de sanções e restrições contra empresas e empresários russos para "desestabilizar a Rússia por dentro na véspera das eleições presidenciais". 

Ivashov descartou que o jogo militar norte-americano poderia afetar a Rússia, mas chamou a atenção para o "poder brando" de Washington, que foi muito eficaz contra a União Soviética".

"Sem 'se livrar' da Rússia, os EUA não poderão controlar a Eurásia, então Washington irá concentrar sua atenção em uma operação geopolítica global contra ela", advertiu.

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