Estaria Washington cooperando com Hezbollah para combater Daesh?

© AP Photo / Mohammed ZaatariParada do Hezbollah durante uma cerimônia de homenagem a militantes mortos, no Líbano, em 18 de fevereiro de 2017.
Parada do Hezbollah durante uma cerimônia de homenagem a militantes mortos, no Líbano, em 18 de fevereiro de 2017. - Sputnik Brasil
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As Forças de Operações Especiais dos Estados Unidos estão trabalhando juntamente com o exército libanês para coordenar um ataque contra o Daesh a partir do Líbano, enquanto o grupo paramilitar Hezbollah está supostamente confrontando os terroristas no flanco sírio, informou o Haaretz na segunda-feira (7).

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O porta-voz do Pentágono confirmou que as Forças Especiais dos EUA estão "prestando treinamentos e ajuda para as Forças Armadas do Líbano".

O secretário-geral do movimento libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, disse que "será aberto o flanco sírio contra o Daesh" durante um discurso transmitido pela TV, acrescentando que enquanto as forças libanesas estão realizando uma ofensiva contra o Daesh a partir do Líbano, o exército sírio e o Hezbollah coordenarão seus esforços para atacar os terroristas na zona sul.

O Hezbollah começou uma ofensiva contra o Daesh na sexta-feira passada (4) ao longo da fronteira sírio-libanesa, informou a assessoria de imprensa do grupo.

Isso seria de interesse do presidente norte-americano, Donald Trump.

A administração Trump tem sido bastante "confusa" quanto à sua política em relação ao Irã, país que por muito tempo tem sido considerado um dos principais financiadores do Hezbollah, disse à Sputnik internacional Max Abrahms, do Conselho de Relações Exteriores.

"Por um lado, a administração se manifesta contra o acordo nuclear e apoia as sanções. Por outro lado, Trump também se mostrou contra a mudança do regime na Síria e, sem dúvida, entende que o Hezbollah está de nosso lado no que diz respeito ao combate aos terroristas salafistas.

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Em qualquer caso, a cooperação entre os Estados Unidos e o Hezbollah "desaparecerá" logo que o Daesh seja expulso e "o Hezbollah e as Forças de Defesa de Israel voltem a combater" entre si, disse Abrahms.

As relações entre o Hezbollah e o Líbano são muitas vezes interpretadas de modo errado, afirmou ao Haaretz Faysal Itani, do Conselho Atlântico (EUA).

"O Líbano não é um verdadeiro Estado, enquanto o Hezbollah não é um grupo terrorista, ou seja, não é apenas um grupo terrorista, dependendo de sua visão…A América tende ora a tratar o Hezbollah como se controlasse o Estado libanês, ora encara o Líbano como uma entidade soberana combatendo o grupo terrorista. Ambas as visões são erradas", afirmou.

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