Resposta da Rússia à derrubada do Su-22 sírio teria sido muito suave?

© Sputnik / Ilia Pitalev / Acessar o banco de imagensA Syrian army soldier prepares the Su-22 fighter jet for a flight at the Syrian Air Force base in Homs province. File photo
A Syrian army soldier prepares the Su-22 fighter jet for a flight at the Syrian Air Force base in Homs province. File photo - Sputnik Brasil
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Os EUA devem considerar sensatamente os seus próximos passos na Síria e não se meter em um conflito imprevisível com a Rússia no espaço aéreo sírio, afirma o redator sênior da edição americana The National Interest e especialista em assuntos de segurança nacional, Nicolas Gvosdev.

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Alguns dias atrás, a coalizão dos países-aliados na luta contra o Daesh, encabeçada pelos EUA, derrubou um avião pertencente à Força Aérea da Síria nos arredores de Raqqa. De acordo com o jornalista da National Interest, o que aconteceu agora, depois de um ano e meio da entrada das Forças Armadas russas na Síria, pode ser considerado como um "milagre". Mas a sorte acabou, opina Gvosdev.

O Kremlin, por sua vez, reagiu à situação com indignação, mas cautelosamente, observa o especialista. A partir de agora, Moscou vai considerar como potencial inimigo qualquer avião que sobrevoar o território sírio sem a aprovação do governo de Bashar Assad. O mais importante, porém, é o fato do contingente russo na Síria não ter empreendido quaisquer medidas, acredita o analista.

Ele recordou como Moscou reagiu à derrubada do Su-24 russo, realizada pela Força Aérea turca. Rechaçando a resposta militar, a Rússia introduziu sanções econômicas contra Ancara e deixou claro que pode mudar sua atitude para com os curdos turcos. Depois de meio ano, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, teve que se desculpar.

A Rússia, provavelmente, também não lançará desafios aos militares americanos, porém, encontrará um meio para dificultar sua vida no Oriente Médio, acredita o jornalista.

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Ao mesmo tempo, tomando em conta que os EUA planejam reforçar as sanções antirrussas, Vladimir Putin provavelmente vai pensar que não tem nada a perder e estará disposto a evoluir o confronto, explicou Gvosdev.

Washington, por sua vez, julgando pelas audiências recentes relacionadas à Rússia, tem todos os sinais de uma dissonância cognitiva: a Rússia, por um lado, é retratada como um rival forte, capaz de minar as forças conjuntas da OTAN, e, por outro lado, como um "regime à beira de um colapso". Com esta abordagem, os americanos correm o risco de não estar preparados propriamente no caso de reforço do confronto, adianta o analista.

"Agora está claro que já não se trata do objetivo inicial da administração Trump para conseguir algum acordo com o Kremlin. Não se pode excluir que as divergências entre os interesses e valores russos e americanos estão tão grandes, que nenhum compromisso poderá estabelecer laços entre eles", opina o autor.

Deste modo, os Estados Unidos devem demostrar cautela no espaço aéreo sírio e evitar acidentes com a Rússia, já que não precisam de tal conflito, acredita Gvosdev.

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