A ONG Corporate Accountability International (CAI) divulgou no início de maio, um manifesto pedindo o fim do lobby dessas empresas. Gigantes do setor como a British Petroleum, financiam um sem número de organizações que têm voz e influência nas negociações da COP. Só a BP financia a Câmara Internacional do Comércio, a FuelsEurope, que reúne 40 países em torno do tema e o Conselho Empresarial da Austrália, um dos mais fiéis defensores da participação dessas companhias nos acordos.
O diretor de política internacional da CAI, Tamar Lawrence-Samuel, criticou duramente o posicionamento.
"Por mais de 20 anos não conseguimos fazer o que é realmente necessário para enfrentar a enormidade da crise climática de uma maneira que apenas transforma nossos sistemas de energia e isso se deve principalmente aos interesses da indústria de combustíveis fósseis, cujos lucros dependem da inação […] Ficou claro do workshop que era favorável a uma política de conflito de interesses e quem não era", disse Lawrence-Samuel.
Australia shamelessly advocated for fossil fuel industry influence over climate policy at the UN today #SB46 #climatejustice #UNFCCC
— Stephen Leonard (@svleo1111) 9 de maio de 2017
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Em 2003, a OMS, Organização Mundial de Saúde baniu companhias de tabaco de participarem das negociações em torno das políticas de saúde em torno da limitação do acesso ao cigarro. Na época, a OMS disse que a medida, que interrompeu o lobby de companhias como a British American Tobacco, a Philip Morris, salvaria a vida de 200 milhões de pessoas até 2050? A pergunta que os ambientalistas se fazem é: por que o mesmo não acontece com indústrias exploradoras de petróleo?

"É muito importante a participação destas empresas na regulação da emissão de gases estufa. Sem elas, a reunião seria inócua, não chegaríamos a uma conciliação de interesses. No entanto, precisamos fazê-los entender que é possível conciliar outras formas de energia sustentável, de modo a equilibrar com o que é melhor o planeta".
"Não podemos ter um lado ganha e outro perde e nesse meio-tempo não conseguirmos avançar em soluções efetivamente modernas, inovadoras e capazes de trazer consenso. Lados antagônicos sempre vão existir, precisamos de pontes de conciliação".
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