"As notícias falsas não são realmente um problema tão grande como a maioria das pessoas pensam que é", disse especialista, acrescentando que para isso há duas razões.
A primeira razão é que notícias falsas são semelhantes a painéis, são competitivas exatamente como os anúncios publicitários na TV, muitos dos quais também contêm afirmações falsas.
"Nós acabamos acreditando erradamente que a rápida proliferação de ideias ou de informações é um fenômeno novo, tornado possível apenas nos últimos anos por causa da Internet. Esquecemos que muito antes da Internet as notícias e rumores falsos se espalhavam através das populações com a velocidade da luz", disse Epstein, acrescentando que as pessoas em geral já eram mexeriqueiras antes das plataformas de mídia social terem sido inventadas.A segunda razão é que as notícias falsas são fontes visíveis de influência. Quando, por exemplo, você encontra uma história que Hillary Clinton é alegadamente uma marciana, escreve o especialista, você sabe que está sendo influenciado. Fontes visíveis de influência têm um mecanismo bastante previsível: as pessoas prestam atenção à informação que corresponde aos seus preconceitos e crenças e ignoram o resto.
Notícias falsas causam preocupação porque podem afetar centenas de milhares ou mesmo milhões de pessoas a cada dia. Assim, sublinha Robert Epstein, uma predisposição nos resultados de pesquisa e sugestões de pesquisa pode afetar bilhões de pessoas todos os dias. Como meio de influência, as próprias notícias falsas são relativamente triviais.
O especialista também observou que o processo de decisão se uma notícia é falsa ou não é muito politizado:
"Uma história verídica de uma agência de notícias [por exemplo, da Sputnik] que é associada ao governo de um país adversário [neste caso com a Rússia] é falsa ou não? Estou perguntando isso porque um artigo meu, publicado recentemente pela Sputnik, foi ignorado pelas principais agências de notícias americanas apesar do fato de conter um relato verdadeiro da minha nova pesquisa sobre o recurso de autocompletar do Google", escreveu o especialista no seu artigo.
Robert Epstein foi programador durante a maior parte da sua vida, e ele garante que qualquer sistema algorítmico para buscar e eliminar notícias falsas vai falhar inevitavelmente.
Segundo o especialista, é uma posição muito vantajosa. "Caso você não tenha notado, as empresas como Google e Facebook já têm um enorme poder. Queremos dar-lhes mais um tipo de poder – o poder de decidir que histórias são válidas e quais não são?"
Permitir que as grandes empresas verifiquem a veracidade dos materiais no Internet – por outras palavras, para gerenciar nossas notícias – é potencialmente muito mais prejudicial do que as próprias notícias falsas.
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