- Sputnik Brasil
Notícias do Brasil
Notícias sobre política, economia e sociedade do Brasil. Entrevistas e análises de especialistas sobre assuntos que importam ao país.

Por que todos, menos a OTAN, se dão bem com a Rússia?

© AFP 2023 / Daniel Mihailescu Exercícios da OTAN no Mar Negro
Exercícios da OTAN no Mar Negro - Sputnik Brasil
Nos siga no
A atitude agressiva anti-Putin está saindo fora de controle e pode se converter em uma patologia autodestrutiva, assegura Jonathan Power, colunista da revista americana Counter Punch.

Segundo diz o jornalista da Counter Punch, que analisa as futuras consequências da política antirrussa dos países ocidentais, o "Ocidente corre o risco de iniciar uma viagem a nenhuma parte". Power assegura que a Rússia não vai mudar significativamente em um futuro próximo.

Além disso, ele destaca que a segunda Guerra Fria ainda não começou, e "os que dizem que sim não conhecem sua história".

O presidente russo, Vladimir Putin, aparece no palvo durante um dos concursos do KVN - Sputnik Brasil
Agentes por toda a parte... OTAN acusa comediantes russos de servir ao Kremlin
A Guerra Fria foi uma confrontação militar que durou muitos anos e que incluiu também as armas nucleares. Tratou-se de uma luta pela influência entre dois blocos antagônicos que afetou o mundo inteiro e esta batalha se levou a cabo com uso de força militar. Um exemplo ilustrativo disto foi a crise dos mísseis em Cuba, na qual as partes em conflito estiveram à beira de fazer uso das armas nucleares.

Power sugere que o Ocidente deveria manter relações amistosas e construtivas com Putin, já que o país não apresenta uma ameaça militar séria — o Kremlin já não tem como objetivo difundir a antiga ideologia da URSS.

"Hoje, a maior parte dos 'antiputinistas' beligerantes — me estou referindo a Barack Obama, à maior parte das principais mídias do mundo ocidental e à maioria dos líderes da UE, mas não a todos, creem que estão defendendo a 'ordem liberal democrática' encabeçada pelos Estados Unidos. Consideram que a Rússia tem a intenção de debilitá-la. Na opinião deles, se trata de luta da democracia contra o autoritarismo, mas não é assim", assinalou.

Gordon Hahn, analista em questões relacionadas com a Rússia, tem sublinhado várias vezes que no mundo há muitas democracias que não fazem parte da OTAN. E a mais importante delas é a Índia, que tem excelentes relações com o país eslavo e não sente nenhuma ameaça proveniente de lá.

Além disso, as relações entre a Índia e a Rússia vão melhorando constantemente. Existe uma união dos BRICS, que inclui também o Brasil, a África do Sul e a China. Esta organização contribui também para a convergência econômica e o fortalecimento das relações de amizade.

A cúpula da OTAN em Varsóvia - Sputnik Brasil
'Mundo é ameaçado pela crescente agressão da OTAN e não por Putin e Rússia'
Entretanto, a Rússia também tem boas relações com outras democracias da Ásia, tais como o Japão, a Coreia do Sul, Taiwan, a Indonésia e o Sri Lanka. Contudo, entre Tóquio e Moscou há uma certa tensão devido à disputa territorial das ilhas Curilas.

Porém, durante a última visita a Tóquio do presidente russo, Vladimir Putin, onde dialogou com o premiê japonês, Shinzo Abe, as partes conseguiram alcançar um progresso importante neste sentido, ou seja, chegaram a um acordo quanto a atividades econômicas conjuntas no arquipélago.

O colunista admite que a Coreia do Sul é um aliado forte dos Estados Unidos, porém, recentemente Seul tem firmado 20 acordos econômicos com Moscou. Por outro lado, a Coreia do Sul planeja celebrar um acordo de livre comércio com a União Econômica Euroasiática encabeçada pelo país eslavo.

"Não há nenhum sinal de que a Rússia tenha intenção de minar a democracia. A democracia floresce em todo o mundo: em quase todos os países da América Latina, na maioria dos países da África e em grande parte da Ásia. Nenhum destes territórios se queixou de que a Rússia se oponha à ordem liberal democrática deles", frisou.

Power assegura que o Ocidente poderia ter boas relações com a Rússia se os presidentes "Bill Clinton, George Bush e Barack Obama não tivessem sujeitado a Rússia, passo a passo, a uma crescente pressão para expandir a OTAN e faltado à promessa solene de não o fazer".

"O Ocidente deveria abandonar sua paranoia e a ideia de vingança. Isto é contraproducente, não leva a nada", concluiu o jornalista.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала