Opinião: OTAN deve deixar de ser bloco antirrusso

© AFP 2023 / STEPHANE DE SAKUTINFuselagem de drone da OTAN, em frente ao estádio nacional onde foi realizada a cúpula da OTAN em Varsóvia, 9 de julho de 2016, Polônia
Fuselagem de drone da OTAN, em frente ao estádio nacional onde foi realizada a cúpula da OTAN em Varsóvia, 9 de julho de 2016, Polônia - Sputnik Brasil
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A chegada de Trump desferiu um golpe duro contra o fascismo bancário global, afirmou à Sputnik Nebojsa Medojevic, um dos líderes da oposicionista Frente Democrática montenegrina e o único representante deste país na cerimônia de posse do 45º presidente norte-americano.

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"A intensidade da campanha conduzida contra Trump pela grande mídia, acima de tudo pela CNN, mostra que aqueles grupos de lobby que apoiaram Hillary Clinton, ou seja, o lobby dos serviços secretos, do setor bancário e da indústria militar, e que ganhavam muito dinheiro graças à política de expansionismo e militarismo, parecem não estar dispostos a ceder. Os protestos anti-Trump se deram sem qualquer causa ideológica profunda e sem motivos evidentes. Eles demonstram que o establishment tem intuito de mostrar uma resistência séria ao novo presidente", frisou Modojevic à Sputnik Sérvia.

Segundo o oposicionista montenegrino, a Frente Democrática aguarda mudanças na política externa norte-americana, espera que os Estados Unidos parem de "intervir nos assuntos internos dos outros países e derrubar os governos desobedientes".

Além disso, a oposição montenegrina espera que Moscou e Washington consigam estabelecer um diálogo em nome da paz no mundo, o que exige uma transformação da OTAN: ao invés de ser um bloco antirrusso como ela é agora, a Aliança deve se tornar em uma organização que lide com os desafios internacionais visando a segurança global.

"Trump já falou sobre a possível cooperação entre a Rússia e os EUA nas questões relacionadas com a crise no Oriente Médio e nós esperamos que isso seja concretizado. Tanto mais que as figuras-chave no Senado, responsáveis pela política externa, estão apoiando Trump e estou convencido de que o número de simpatizantes deste novo rumo norte-americano será cada vez maior no Senado", observou.

Medojevic acredita que o Montenegro, bem como toda a região dos Bálcãs, "não será muito importante nesta nova partida global de xadrez que provavelmente será jogada".

"Trump vai tratar exclusivamente dos problemas internos dos EUA, de novos postos de trabalho e da proteção da economia norte-americana. É com base nestes princípios que será construída a nova política de Washington", precisou.

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De acordo com Medojevic, a oposição montenegrina tentará estabelecer os laços mais estreitos que for possível com a nova administração dos EUA e conta com sua ajuda para o desenvolvimento da democracia no país, que se encontra sob a governança do regime de Milo Dukanovic já faz 27 anos.

O entrevistado da Sputnik também realçou que, falando de uma chamada "tentativa de golpe de Estado", Dukanovic fez o país mergulhar em uma profunda crise política que paralisou todo o sistema político, cujos representantes atuam abertamente contra a Frente Democrática.

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