Especialista aponta superioridade de mísseis russos sobre sistema de defesa dos EUA

© Sputnik / Aleksandr Kryazhev / Acessar o banco de imagensMíssil balístico intercontinental (ICBM) Topol da unidade de mísseis de Novossibirsk durante treinamentos
Míssil balístico intercontinental (ICBM) Topol da unidade de mísseis de Novossibirsk durante treinamentos - Sputnik Brasil
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Na grande coletiva à impresa nacional e estrangeira realizada nesta sexta-feira, 23, em Moscou, o presidente Vladimir Putin deu ênfase especial à questão da defesa nuclear da Rússia, afirmando que foi feito um grande trabalho de modernização da tríade nuclear (terra, mar e ar), mas sempre em estrita conformidade com as obrigações do país.

As declarações do presidente foram em sentido oposto às feitas também nesta sexta-feira pelo presidente eleito Donald Trump, que defendeu investimento maciço na capacidade nuclear americana, "até que o mundo caia em si".

Procurado pela Sputnik Brasil para comentar as duas declarações, o jornalista especializado em assuntos militares e relações internacionais Pedro Paulo Rezende concorda com a posição do presidente russo quando diz que a corrida armamentista começou quando os Estados Unidos saíram do Acordo de Defesa Antimísseis. Segundo Putin, a Rússia só tem que responder e o faz de maneira justa no quadro de suas obrigações, e que o sistema defensivo russo é mais eficaz do que a defesa antimíseis dos EUA.

"Essa nova corrida armamentista foi lançada com o projeto Guerra nas Estrelas dos Estados Unidos, no final da década de 90. Com isso se rompeu um acordo antigo, o Mabi, em que os dois lados estabeleceram que não iriam perseguir o desenvolvimento do sistema antimísseis. Infelizmente os EUA deram para trás no governo do Bush (filho)", diz Rezende, para quem houve uma clara quebra de acordo por parte dos americanos. 

O especialista explica que o sistema americano é muito experimental e não tem dado bons resultados nos testes, alcançando resultados em torno de 30%. Ainda assim, Rezende admite que, em termos de arsenal, o dos Estados Unidos é superior em armamentos convencionais, com mais sistemas disponíveis, como porta-aviões de ataque, navios de desembarque e maior capacidade de projeção de forças.

Gerhard Schroeder, ex-chanceler da Alemanha. Foto de arquivo - Sputnik Brasil
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"A bem da verdade, a estratégia russa é defensiva. Não dá para comparar bem os dois sistemas. Os russos prorizam mais os sistemas terrestres do que os EUA", afirma o especialista.

Rezende observa que Trump está herdando um sistema totalmente obsoleto, já que os EUA não investem na área nuclear há quase 30 anos. A modernização do sistema nuclear americano é necessária, segundo ele, principalmente dentro do componente terrestre, uma vez que há risco de haver até um disparo acidental por causa da obsolescência dos mísseis terrestres. 

"Os EUA estavam priorizando um sistema antimíssil que impediria uma resposta do adversário. O problema é que o sistema não está funcionando, ficou muito mais caro do que o originalmente previsto. Você ainda tem bombardeiros fabricados na década de 1960 em uso (os B-52). Hoje em dia, a Rússia possui os melhores sistemas de lançamento de armas nucleares. Os mísseis russos hoje são, sem dúvida nenhuma, os melhores disponíveis em todo o mundo."

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