A obra, intitulada "Russofobia, um milhão de anos de desconfiança" já foi editada na Suíça, Rússia, Itália e está sendo preparada para ser lançada nos EUA em 2017. Para o ano que vem estão ainda previstos lançamentos na Sérvia, China e, provavelmente, na Suécia.
Na conversa com a Sputnik Itália, o autor destacou um fato muito interessante — é que a russofobia é mais velha do que a própria Rússia.
"Ela [a russofobia] se inicia com a oposição política e religiosa entre o Império Romano do Ocidente, fundado por Carlos Magno em 800 d.C., e o Império Bizantino de Constantinopla, quer dizer entre as Igrejas Católica e Ortodoxa", diz o autor.
Mas a fase moderna da russofobia começou no século XVIII, na França, quando o gabinete secreto de Luís XV criou um documento falso intitulado "Testamento de Pedro, o Grande", no qual o tzar teria deixado em herança o seu último desejo de conquistar toda a Europa.
O falso testamento foi publicado posteriormente em 1812 por Napoleão, que justificou assim a sua invasão da Rússia. O mesmo documento foi usado em 1853 pelos ingleses durante a Guerra da Crimeia. Só nos finais do século XIX o documento foi considerado como falso, após dezenas de anos de russofobia em França e Inglaterra.
Não obstante tudo isto, é a Rússia que continua sendo acusada e apresentada na mídia e cena política como uma ameaça. Usando esta retórica, o Ocidente tenta justificar a militarização da Europa, o fortalecimento da OTAN e a expansão da aliança militar para Leste, o que podemos ver ao longo dos últimos 20 anos.