Segundo comissário europeu, UE deve avaliar a Turquia para além do governo de Erdogan

A União Europeia deve avaliar a Turquia em sua totalidade e não ser influenciada apenas pelas ações de seu presidente, Recep Tayyip Erdogan, disse nesta terça-feira O comissário que cuida do processo de adesão da Turquia à UE, Johannes Hahn.

"Temos de olhar para o país como um todo, e não focar apenas o presidente," disse Hahn no plenário do Parlamento Europeu em Estrasburgo, onde foram discutidas as relações com a Turquia.

Na noite de 15 de Julho, uma tentativa de golpe militar provocou cerca de 240 mortes e mais de 2.000 feridos na Turquia.

As autoridades turcas acusam o teólogo muçulmano Fethullah Gulen de organizar o levante, embora o clérigo, exilado nos EUA, negue seu envolvimento.

Nos dias subsequentes à tentativa de golpe, dezenas de milhares de oficiais militares, juízes, funcionários públicos e professores foram presos ou suspensos de suas funções. Além dissom, as autoridades do país admitiram a possibilidade de restaurar a pena de morte na Turquia.

Os países ocidentais criticaram as prisões em massa na Turquia e disseram ser inadmissível a restauração da pena capital no país, que busca integração com o bloco europeu.

Em 1 de setembro o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, disse estar surpreendido com a velocidade das prisões de milhares de oposicionistas turcos.