Baltops 2016: Por que exercícios de guerra da OTAN no Báltico preocupam Rússia

© flickr.com / U.S. Naval Forces Sweden arive aboard the Polish navy ship during BALTOPS (File)
Sweden arive aboard the Polish navy ship during BALTOPS (File) - Sputnik Brasil
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A Aliança Atlântica se esforça ao máximo para fortalecer suas capacidades militares na Europa Oriental e nos Países Bálticos, com três grandes jogos de guerra em junho. A Rússia entende esta atividade da OTAN mais como uma "dor de cabeça", que distrai o país dos desafios reais, afirmou o especialista militar Ilya Kramnik.

A resposta russa se manteve em grande parte no nível de "pré-crise", escreveu o analista para o site de notícias Lenta.ru. A crise, neste caso, se referindo às tensões entre Moscou e o Ocidente provocadas pela eclosão da guerra civil ucraniana e pela reunificação da Crimeia com a Rússia.

As movimentações da Rússia nos últimos dois anos "mostram claramente" quais são as prioridades do país. Moscou tem estado focada em áreas do sul e sudeste – no caso de se acender um conflito na Ucrânia, no Cáucaso ou na Ásia Central. Para não mencionar que a Rússia realiza missões de combate na Síria.

"Neste contexto, o impasse com a OTAN é visto como uma dor de cabeça que exige esforços extremamente caros e demorados que retiram recursos às tarefas prioritárias", observou o analista.

Gerhard Schroeder, ex-chanceler da Alemanha. Foto de arquivo - Sputnik Brasil
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Entretanto, a Aliança Atlântica está envolvida em três exercícios militares de grande escala perto das fronteiras russas. Estes incluem o Baltops (com a participação de 6 mil soldados de 17 países), o Saber Strike e o Anakonda.

No total, 10 mil soldados participam no Saber Strike 2016, dirigido pelos EUA, enquanto o Anakonda polonês envolveu mais de 25 mil militares de 24 Estados.

Na opinião de Kramnik, os exercícios militares da OTAN no Báltico "não criam novas ameaças" a Moscou. No entanto, a estratégia global do bloco, incluindo sua decisão mais recente de enviar tropas adicionais para perto das fronteiras russas, " nada faz para promover a segurança na região".

A OTAN planeja instalar rotativamente quatro batalhões multinacionais na Lituânia, Letônia, Estônia e Polônia. O Reino Unido, responsável por equipar um batalhão quadro, quer enviar sua força no início de 2017.

Saber Strike 2016, Estônia - Sputnik Brasil
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Este passo será formalmente aprovado na cúpula da OTAN em Varsóvia, prevista ser realizada no próximo mês. Será, de acordo com funcionários da OTAN, uma das várias medidas destinadas a reforçar a defesa coletiva do bloco contra múltiplas ameaças. A Rússia “agressiva” e “renascida”, como os EUA e a Europa a descrevem, é vista como uma delas, embora Moscou diga repetidamente que não representa uma ameaça para seus vizinhos e outros países.

Kramnik discorda. Em sua opinião, a movimentação da OTAN não está ligada a quaisquer preocupações reais de segurança da região.

"Os Estados Bálticos e a Polônia querem preservar uma imagem da Rússia como de um inimigo", explicou o analista.

Na semana passada, o ministro do Exterior da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, advertiu que os exercícios de guerra do bloco são prejudiciais para a segurança regional e para as relações com Rússia.

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